O CAC (Colecionador de armas, atirador desportivo e caçador) Ezequiel Lemos Ramos, de 39 anos, matou a tiros a ex-mulher e o filho caçula, em frente a uma escola na Zona Leste de São Paulo. Ele é de Ponta Porã- MS e cometeu o crime nessa segunda-feira (12), no estado vizinho de Mato Grosso do Sul.
O CAC perseguiu a ex-mulher que estava com os dois filhos dentro do carro, e toda a cena foi gravada por câmera de segurança.
Vídeo:
CAC persegue ex-mulher e filhos com arma de fogo e dois terminam mortos pic.twitter.com/pLzC2ZeKfv
— TopMídia News (@topmidianews) September 13, 2022
Conforme é possível ver nas imagens, Ezequiel aparece correndo a pé pela avenida Rodolfo Pirani, no Parque São Rafael. Em seguida, ele atira com uma carabina em direção ao carro onde estavam Michelli Nicolich, de 37 anos, e dois filhos do ex-casal, de 2 e 5 anos.
Segundo o G1, o Fiat Uno branco das vítimas chegou a bater num poste perto da escola infantil O Rei Leão, onde as crianças estudavam.
(CAC matou a ex-mulher e um dos filhos a tiros. Foto: Arquivo Pessoal)
Ezequiel se aproxima do automóvel e atira novamente. Além da mulher, o menino mais novo, Luiz Inácio Nicolich Lemos, também foi atingido pelos disparos. Os dois chegaram a ser socorridos, sendo levados para hospitais da região, mas não resistiram aos ferimentos e morreram. O garoto mais velho sobreviveu. Ele não teria sido atingido pelos tiros.
Pegou crianças na escola
De acordo com o comerciante Valdecir Cerqueira, a vítima pegou os dois filhos do casal na escolinha e entrou no carro dela. Ezequiel estava num Fiat Mobi cinza, estacionado do outro lado da rua, quando saiu do veículo e começou a atirar. A mulher tentou fugir com o automóvel, mas perdeu o controle e colidiu contra um poste.
"Eu presenciei um carro saindo da escolinha e um rapaz atirando no carro até uns 200 metros. Ela perdeu o controle, bateu no poste. Ele chegou e atirou mais ainda. Ele tirou a camisa e falou para o polícia [um policial militar de folga]: 'Pode ligar pra polícia prender eu em flagrante aí'", afirmou Valdecir.
CAC é indiciado por feminicídio
Ezequiel foi detido em flagrante por um policial militar de folga e sem uniforme que passava pelo local. O homem se rendeu e já estava desarmado. Ele foi levado ao 49º Distrito Policial (DP), São Mateus, onde foi indiciado pelos crimes de duplo homicídio doloso qualificado por feminicídio e emboscada e tentativa de homicídio.
O assassino ficou em silêncio durante seu interrogatório na delegacia, mas segundo o agente da Polícia Militar (PM) que o deteve, Ezequiel tentou justificar o crime e disse que tinha ido encontrar a ex-esposa para 'acertar as contas' com ela. Ele a acusa de ter lhe aplicado um golpe com prejuízo financeiro de R$ 70 mil. Ainda segundo o policial, o homem alegou que 'tinha perdido a cabeça' e falou: 'que besteira que eu fiz, me mata'.
Até a última atualização desta reportagem a arma usada no crime não havia sido localizada pela Polícia Civil. Segundo o policial militar que o deteve, outros policiais militares chegaram ao local e disseram que tinham visto a carabina usada pelo ex-marido dentro do veículo dele. No entanto, moradores da região contaram que viram outro homem não identificado, que estava em um Fiat Pálio, furtar a arma de dentro do automóvel.
(Cac alega prejuízo financeiro após ceifar a vida do filho e da ex-esposa. Foto Arquivo Pessoal)
Medidas protetivas
A família de Michelli nega a versão dada por Ezequiel de que o motivo do crime foi financeiro. O irmão da vítima contou à reportagem que o ex-marido chegou a agredir e perseguir a irmã, que teria até medida protetiva na Justiça contra ele.
Segundo Jackes Nicolich, a vítima e os filhos chegaram até a se mudar temporariamente para Ponta Porã-MS onde ficou por 5 anos. Há quatro meses, ela retornou a São Paulo com as duas crianças após se separar de Ezequiel.
O CAC fazia curso de medicina em Pedro Juan Caballero e na última agressão antes da separação, ameaçou atirar na cabeça da esposa com uma pistola. Ele foi preso em flagrante em Ponta Porã e respondia o crime em liberdade.
"Ela conseguiu fugir e vir aqui perto da nossa casa, onde meu pai mora aqui, na Zona Leste-SP. Só que ela ficou escondida, não passou endereço para ninguém. E hoje ele veio e ceifou a vida e acabou pegando até no filho dele", disse Jackes Nicolich, irmão de Michelli.