Após 20 dias internado em duas unidades hospitalares, o pequeno Heitor, de um ano de idade, recebeu alta médica do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza. Ele havia sido liberado na quinta-feira, mas passou o resto da semana na capital cearense e retornou ao Crato, sua cidade natal, na noite de ontem (10). Heitor sofreu uma pedrada na cabeça em 19 de fevereiro, durante uma discussão entre seu pai e um médico, no Crato, na região do Cariri, e passou por duas cirurgias e recebeu 43 pontos na cabeça. A mãe, Ana Cláudia Jesuíno, relembra os momentos de angustia vividos nas últimas semanas.
"Ele sentia muitas dores. Chorava bastante e ficou todo esse tempo a base de remédios", diz a mãe. De acordo com os médicos que atenderam Heitor, ele teve afundamento no crânio. Um dos ossos da cabeça perfurou o cérebro, o que resultou em coágulo e sangramento. No mesmo dia em que Heitor recebeu alta, o médico Alcides Muniz Gomes de Matos Filho, que atirou a pedra foi detido, em Juazeiro do Norte, em um restaurante enquanto almoçava com a mulher e dois filhos, por descumprir medida cautelar, segundo a polícia.
A defesa de Alcides alega que o cliente não descumpriu a lei e aguarda audiência de definição das determinações da medida. O médico havia sido detido no dia da agressão ao bebê e foi solto em seguida. O médico, que também é empresário, foi preso pela primeira vez no último dia 28 de fevereiro, ficando recolhido na Penitenciária Regional do Cariri (Pirc). Ele obteve um alvará de soltura por determinação do desembargador Durval Aires Filho, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), na terça-feira de Carnaval.
A agressão ao bebê ocorreu durante uma briga entre o pai da criança e o médico. O pai de Heitor cobrava uma dívida de cerca de R$ 1 mil. Na discussão, Alcides atirou uma pedra e acertou Heitor, que sofreu traumatismo craniano. Enquanto o pai da criança virou as costas para socorrer o filho, foi atingido nas costas por uma paulada e, em seguida, por um choque de taser elétrico.