A Operação ''Impetus'', deflagrada pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado em Campo Grande, mostrou que facção PCC tinha uma central de inteligência para monitorar servidores públicos da segurança e assim promover ataques. Em áudio que estava em um celular apreendido, um dos criminosos ordena ataques a servidores da segurança e justifica que sofrem ''opressão'' do sistema.
Conforme a titular da Deco, Ana Cláudia Medina, a ação foi deflagrada na quarta-feira (20) e os envolvidos já estavam presos nas penitenciárias de Segurança Máxima em Campo Grande e na Penitenciária Estadual de Dourados, a PED.
Ainda conforme Medina, seis suspeitos foram identificados e prestaram depoimento. O conteúdo não foi divulgado. No entanto, durante a investigação, ficou comprovado que havia 12 servidores da segurança pública alvos dos próximos ataques da facção.
Ilustração mostra como funcionava central de inteligência do PCC em MS. (Foto: Divulgação Deco)
Na gravação, que estava em aparelho celular apreendido em vistorias de rotina, um deles explica a outro criminoso que os ataques devem ser intensificados.
A delegada Medida destaca que os criminosos se colocam como oprimidos para justificar os ataques.
''Depois dessa operação [a Impetus] eles vão tentar usar a imprensa com a estorinha de que estão sendo oprimidos. Não deem ouvidos'', disse Ana Cláudia.
Impetus
No dia da deflagração da operação, a polícia concluiu que a morte de um policial militar que estava de folga e dentro de uma lanchonete em Maracaju foi ordem da facção.
A função dos envolvidos, diz a polícia, era levantar todo tipo de informação a respeito dos agentes públicos, como nome, telefone, endereço, amigos, local de trabalho e horários vulneráveis para futuros ataques. As redes sociais eram importante fonte de informação da quadrilha, mas também documentos públicos como o diário oficial serviam como pesquisa.
A palavra Impetus significa contra ataque e a investigação durou quatro meses. Todos os envolvidos vão responder por ameaça.