Adailton Freixeiro da Silva, 46 anos, preso pela Polícia Civil em Cuiabá, nesta segunda-feira (31), em Cuiabá, por feminicídio e tortura, tinha uma sobrinha na Capital do MT. A Delegacia da Mulher em Campo Grande vai apurar se ele teve ajuda para fugir.
O que a Deam informou até o momento, é que Silva foi encontrado na Rodoviária de Cuiabá, com uma mochila. A investigação quer saber se ele iria para outro local ou ficaria escondido na casa de familiares no estado vizinho.
A prisão do assassino, segundo a delegada Maíra Pacheco, da Deam, se deu após ampla divulgação de fotos, vídeos e informações sobre o criminoso.
‘’Isso facilitou para que o pessoal [polícia] do Mato Grosso reconhecesse ele lá’’, detalhou Maíra.
A identificação e idade da sobrinha do suspeito foram preservadas pela delegada, mas o caso segue em investigação.
Freixeiro vai seguir preso em Cuiabá, até que a justiça de MS e MT entrem em acordo para que ele seja transferido para Campo Grande.
Adailton era procurado pela polícia de Campo Grande. Imagens de câmeras de segurança o flagraram fugindo em uma moto. Na tarde desta segunda-feira, polícias Civil e Militar estiveram no endereço da mãe dele e do irmão, para tentar encontra-lo.
TORTURA
Francielle Guimarães Alcântara, 36 anos, passou quase um mês em cárcere privado, sendo torturada. As nádegas dela estavam em carne viva.
A constatação foi feita pelo delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, a partir de laudos feitos pelo Instituto Médico e Odontológico. Desde 1º de janeiro, Francielle era agredida em razão de suposto adultério.
Camilo conta que Francielle teve os dentes quebrados pelo marido, lesões por faca e cabelo cortado. O ferimento mais grave causado por Adailton chocou até a polícia.
"As nádegas dela estavam em carne viva. Ela não tinha mais pele no local, estava já na camada de gordura. Ela usava bandagem na roupa para poder sentar", disse o delegado.
O delegado, que atua na 6ª DP, no Tijuca, conta que em 11 anos de carreira, nunca tinha visto tanta barbárie. Ela também foi alvo de facadas nas costas e surras.
‘’Foi estarrecedor. Nunca vi algo que me chamasse a atenção desse jeito’’, reflete Kettenhuber.
A investigação conseguiu encontrar a bandagem usada pela vítima, além de vários objetos usados para torturar Francielle. Entre eles está um pedaço de madeira com uma cordinha, onde o suspeito asfixiava a vítima.