A advogada Amanda Romero, 30 anos, denunciou abuso de poder de uma policial militar, na manhã desta quarta-feira (15), em Campo Grande. A profissional foi acompanhar cumprimento de mandado de busca e apreensão no endereço de um cliente e foi impedida de registrar os trabalhos, com a servidora da segurança tapando a câmera do celular dela.
A profissional do Direito expôs o caso no perfil dela no Instagram. No post, ela exibe um vídeo em que a policial feminina tapa a câmera do celular dela enquanto fala ao telefone. A PM teria ligado para alguém e comentou em alto e bom tom: ''Ela [advogada] está dando azia aqui''.
Em outro trecho, a policial explica por telefone a um terceiro que a advogada estava filmando a operação. Ao responder que ''eu falei'', a militar dá a entender que houve orientação de não deixar a trabalhadora registrar o cumprimento da busca e apreensão.
Amanda Romero lamentou ter passado tal situação, já que acordou cedo e, com as prerrogativas que a profissão lhe dá, foi defender o cliente.
''Advogada 'não dá azia', advogada trabalha e trabalha duro. Caí da cama junto com meus clientes e jamais sucumbirei aos abusos, seja lá de quem for'', desabafou a operadora do Direito na rede social. Amanda refletiu e citou o Artigo 133 da Constituição Federal, que diz: ''O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.''
FILMAGEM
Sobre a filmagem das equipes militares, a advogada explica que, por estar em um ambiente público e em pleno exercício da função, tem a prerrogativa de filmar a ação policial.
''A ação da polícia é pública... estava no exercício da minha profissão e fui acionada pelo meu cliente’’, detalhou. No desabafo, ela revelou que um dos promotores de Justiça que atuam no Gaeco chegou ao local e apaziguou os ânimos.
''Nunca – em nenhum momento – vou baixar a guarda sabendo que estou dentro do meu direito e agindo legalmente, perante qualquer que seja a autoridade'', completou o desabafo.
''Fiz isso para me resguardar'', acrescentou a advogada.
O espaço está aberto para manifestação do Gaeco – braço do Ministério Público Estadual de MS que comandou a operação e para a Polícia Militar, que cede seus servidores para atuação no órgão.