Acusado de assassinar Devanir Paltanin, 46 anos, na Vila Bordon, vai a júri popular, em Campo Grande. O réu, Carlos Roberto Silva Strogueia, acusado de homicídio qualificado, será julgado pelo crime cometido na madrugada de 23 de março de 2022, na Vila Bordon. A acusação aponta que a motivação do crime pode ter sido um ato de homofobia.
A decisão foi anunciada pelo Juízo de Direito da 2ª Vara do Tribunal do Júri, sob a presidência do juiz Aluizio Pereira dos Santos. A sentença de pronúncia foi formalizada, marcando o início do julgamento. Carlos Roberto será julgado por homicídio qualificado, envolvendo tortura e um meio insidioso para cometer o crime.
Relembre o caso
O assassinato aconteceu na madrugada de 23 de março de 2022, quando o corpo de Devanir foi encontrado coberto por um cobertor, na manhã do dia seguinte. A vítima apresentava diversas perfurações pelo corpo, aparentemente causadas por um cutelo, e havia um grande rastro de sangue no local. A perícia técnica também identificou elementos perturbadores, como um cachimbo de uso de drogas e a presença de objetos espalhados pela residência.
Segundo informações de testemunhas e do próprio pai do acusado, Carlos procurou ajuda na manhã seguinte ao crime com lesões nas mãos e resquícios de sangue no corpo. Em depoimento, o réu alegou que havia brigado com uma pessoa e que necessitava de ajuda para se deslocar até o bairro José Pereira, mas a versão não convenceu as autoridades, que investigaram o caso com rigor. O pai de Strogueia, desconfiado da situação e da presença de um carro suspeito em sua casa, acionou a Polícia Civil.
A investigação revelou mais detalhes sobre o crime, incluindo a descoberta de objetos de uso pessoal do acusado em um veículo estacionado no local do crime e a presença de vestígios de sangue por toda a casa. Além disso, a polícia confirmou que o réu estava aparentemente sob efeito de drogas no momento em que procurou ajuda, o que pode ter influenciado.
O caso foi registrado na 7ª Delegacia de Polícia Civil como homicídio qualificado, caracterizado por tortura e uso de um meio insidioso, e levantou a possibilidade de homofobia como motivação para o crime. A motivação homofóbica ainda será discutida durante o julgamento, mas a brutalidade do ato e as evidências apontam para um crime de ódio.