Estão abertas até o dia 15 de abril as inscrições para o 2º Curso de Formação de Doulas Comunitárias do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD). Podem se inscrever mulheres da comunidade que não tenham formação profissional na área da Saúde e que tenham afinidade com o trabalho voluntário ou comunitário, como agentes comunitárias de saúde, doulas já formadas ou outras lideranças das comunidades.
Para se inscrever, as interessadas devem acessar o site do HU-UFGD e clicar no banner rotativo do Curso, que direciona a um formulário eletrônico. São ofertadas 40 vagas e a segunda etapa da seleção, por meio de entrevista, será realizada ainda em abril. Para ir direto ao formulário de solicitação de inscrição, acesse https://goo.gl/forms/BSaQ0H7ZErhTvtXd2?.
Este ano, em sua segunda edição, o Curso de Formação de Doulas Comunitárias passou a ser um Projeto de Extensão da UFGD, que fará a certificação. O curso terá carga total de 88 horas, com início em maio. Serão quatro módulos teóricos (um fim de semana por mês) e um módulo de estágio, com prática supervisionada no Centro Obstétrico do HU-UFGD.
Doulas formadas por outras instituições, que desejem realizar trabalho voluntário na maternidade do HU-UFGD, também podem participar. Nesse caso, será necessário cursar apenas o módulo teórico que contempla os protocolos e rotinas do hospital, e cumprir os plantões do estágio obrigatório.
O Curso de Formação de Doulas Comunitárias, além de Projeto de Extensão Universitária, é também uma iniciativa da Associação de Voluntários do Hospital Universitário (AVHU-UFGD), que fica responsável pelo credenciamento e supervisão das doulas que permanecem na escala de trabalho voluntário após a conclusão do curso.
Bons resultados
O primeiro Curso de Formação de Doulas Comunitárias do HU-UFGD, realizado em 2017, capacitou 29 mulheres. Dessas, 26 permanecem na escala de trabalho voluntário, atuando no Centro Obstétrico do HU-UFGD em dias alternados, no período noturno durante a semana, e, aos fins de semana, nos três turnos (manhã, tarde e noite), conforme a disponibilidade de cada uma.
Entre as doulas comunitárias já formadas, há donas de casa, agentes comunitárias de saúde, empresárias, esteticista, jornalista, bombeira, policial militar, auxiliar de serviços geris, pedagogas, recepcionistas.
Um levantamento junto às mulheres que foram acompanhadas pelas doulas comunitárias no HU-UFGD, demonstrou, por exemplo, que 78% se sentiram acolhidas; 712% sentiram-se fortalecidas; 76% sentiram-se mais seguras; e 87% sentiram-se respeitada.
Ao longo do ano passado, o HU-UFGD reduziu a taxa de cesáreas em 4%, caindo de 50,79%, no primeiro quadrimestre, para 46,79% nos últimos quatro meses de 2017. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a taxa de nascimentos por via cirúrgica (cesarianas) chegue, no máximo, a 15%.
O que faz uma doula
As doulas comunitárias formadas pelo HU-UFGD, além de atuarem voluntariamente na maternidade do Hospital Universitário, também podem trabalhar como doulas em suas comunidades, seja organizando grupos e rodas de gestantes, acompanhando gestantes individualmente, ou ainda orientando as mulheres no puerpério (pós-parto), inclusive com relação à amamentação e cuidados com o bebê.
Desde janeiro de 2013, a ocupação de doula é reconhecida pelo Ministério do Trabalho, inscrita no Código Brasileiro de Ocupações (CBO) sob o número 3221-35.
Durante a gestação, ou mesmo desde antes da concepção, a doula pode orientar o casal sobre o que esperar da gravidez, do parto e pós-parto. Ela explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente, para o parto, das mais variadas formas.
Durante o parto, a doula ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento.
A doula não substitui o pai ou o acompanhante escolhido pela mulher durante o trabalho de parto. Muito pelo contrário: a doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.
O que a doula não faz
A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.
Mais informações sobre o 2º Curso de Formação de Doulas Comunitárias do HU-UFGD podem ser obtidas pelo telefone (67) 3410-3044.