Algumas doses da vacina AstraZeneca que foram distribuídas para Mato Grosso do Sul acabaram tendo o prazo de validade expirado e mesmo assim foram aplicadas de várias cidades do interior do estado, inclusive em Campo Grande. A informação foi veiculada pela Folha de São Paulo nesta sexta-feira (2).
No entanto, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) contesta a informação e garante que as vacinas que chegaram em lotes diferentes não estavam vencidas e foram aplicadas dentro do prazo de validade.
"O sistema do SI-PNI computa a dose pela data de lançamento no sistema e não pela data de aplicação. Alguns municípios não alimentaram o SI-PNI desde o início realizando o lançamento posterior, com isso ficou no sistema a data de lançamento no sistema, como se fosse a data de aplicação".
A secretaria ainda faz uma ressalva de que alguns municípios relataram oscilação do Sistema do SI-PNI, não conseguindo fazer o lançamento no sistema na data da aplicação e novamente afirma que "todas as doses foram aplicadas dentro da validade das doses".
A reportagem da Folha de São Paulo mostrou que 26 mil doses vencidas da AstraZeneca foram aplicadas em vários postos de saúde do país, incluindo Mato Grosso do Sul. Essa aplicação 'fora de sua validade' prejudicaria a imunização completa contra a covid-19. Os dados, segundo o jornal, constam nos registros oficiais do Ministério da Saúde.
O registro consta até o dia 19 de junho e os imunizantes foram aplicados em pelo menos 1.532 municípios brasileiros, todas as doses foram de sua validade.
Algumas doses estavam com o limite de uso para 29 de março e meses posteriores, chegando até doses que fizeram parte do lote com data de validade até o dia 4 de junho.
A reportagem da Folha ainda explica que 114 mil doses da vacina AstraZeneca que foram distribuídas a estados e município ainda no prazo de validade já expiraram. No entanto, ainda não é possível explicar se elas foram descartadas ou se continuam sendo aplicadas.
A vacina da AstraZeneca, sendo distribuída pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria da Universidade de Oxford, é a vacina mais usada no Brasil. Segundo dados colhidos pela Folha de São Paulo, as doses correspondem por 57% das doses aplicadas neste ano.