Mais uma vez, a situação do sistema público de saúde é crítica em Mato Grosso do Sul. Com sucessivos recordes de números de contaminados pela covid-19 e a consequente internação dos casos mais graves, o Estado está enviando pacientes para outras unidades da federação e não consegue abrir leitos no mesmo ritmo em que a pandemia avança.
Mais que isso, só abrem leitos com mortes. É o que informa o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, que apresentou o boletim epidemiológico desta quarta-feira (2), em live transmitida nas redes sociais.
“Atingimos ontem o recorde de internações em Mato Grosso do Sul. Hoje temos um número menor, ontem foi 1331, hoje 1307, isso fruto de óbitos que aconteceram, temos que ser bem claros. Obviamente diminuíram o número de internações. Vagas abertas com esses óbitos. Um quadro muito ruim de se falar, mas é a realidade”, enfatizou.
São 278 pacientes em fila de espera por leitos. Segundo o secretário, 170 esperam por uma vaga na macrorregião de Campo Grande, sendo 144 pacientes da própria Capital. Mais 75 em Dourados, sendo 37 da própria cidade e 33 da regulação estadual. O governo está ampliando o número de leitos, mas Geraldo reforça que isso não vai resolver o problema.
“Muita gente tem essa visão de que abrir leitos de UTI vai dar uma solução à situação que vivenciamos hoje em Mato Grosso do Sul. Números de casos extremamente elevados. Mais 2.176 casos novos. A nossa média móvel chega ao limite máximo que já tivemos, 1.895 casos novos por dia, um novo recorde”, ressalta Geraldo Resende.
No sábado (29), foram inaugurados 10 leitos de UTI no Hospital Regional de Ponta Porã e o Hospital Universitário-UFGD disponibilizou hoje mais 10 unidades de UTI e 20 leitos clínicos.
O hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas, passa por obras de readequação e, na próxima semana, deve abrir mais 10 leitos de UTI. Campo Grande também pede colaboração para mais leitos no hospital do Pênfigo.
Ajuda de outros estados
Rondônia começou a retribuir a ajuda de Mato Grosso do Sul em outras fases da pandemia da covid-19 e recebeu, na manhã desta quarta-feira (2), um paciente em estado grave da cidade de Bonito.
Segundo Resende, Porto Velho ofereceu 10 leitos de UTI para receber pacientes sul-mato-grossenses durante o colapso do sistema público de saúde local.
“Vamos buscar socorro em outros estados da federação para não ficar ninguém desassistido em Mato Grosso do Sul”, destacou.
Espírito Santo também se prontificou a receber pacientes do Estado, mas ainda não há detalhes de quantas vagas serão ofertadas.