A variante sul-africana do coronavírus, conhecida como B.1.351, foi identificada pela primeira vez no Brasil, por meio de análises genéticas, em uma amostra coletada na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (6) pelo jornal da USP.
Conforme divulgado, essa variante é considerada mais transmissível e tem maior capacidade de fugir do sistema imune das pessoas infectadas.
Segundo o estudo, a pessoa infectada com a variante não tem histórico de viagem recente, isso indica que a linhagem foi introduzida por outra pessoa, vinda do exterior, e ela se espalhou na comunidade local antes da infecção.
Ao todo, foram sequenciados 217 genomas do vírus, a partir de uma coleta inicial de amostras em diversas cidades paulistas.
Dos 217 genomas analisados, 64.05% eram pertencentes à linhagem P.1, surgida no Estado do Amazonas e identificada pela primeira vez no Japão, seguida pelas linhagens B.1.1.28, que era a de maior distribuição no Brasil e provavelmente originou a P.1, com 25.34% e a B.1.1.7, conhecida como variante inglesa do coronavírus, que apareceu em 5.99% das amostras.
Com base na pesquisa, a linhagem identificada em Sorocaba compartilha 15 mutações com o isolado inicialmente caracterizado na África do Sul, porém, não apresenta seis dessas mutações definidoras e tem em seu genoma nove mutações exclusivas.