A Secretaria de Estado de Saúde (SES) vai solicitar a terceira dose da vacina contra covid-19 em idosos a partir de 60 anos. A medida foi anunciada após estudo.
Conforme a pasta, o estudo revelou que de fevereiro a maio deste ano, o grupo adquiriu imunidade contra o coronavírus, porém, após esse período houve aumento quanto ao número de casos e de óbitos para este grupo específico.
Segundo o levantamento, a idade é um fator de risco independente para o agravamento da covid-19, onde o sistema imunológico responde menos à produção de anticorpos.
Ou seja, um indivíduo a partir de 60 anos corre duas vezes mais risco de hospitalização ou óbito por Covid-19 em relação a um indivíduo mais jovem. E a situação progride conforme o aumento da faixa etária.
Segundo o levantamento do secretário de Saúde, Geraldo Resende, o fato do Estado atingir índices consideráveis na vacinação e criar um cinturão sanitário na fronteira propícia que se tenha subsídios suficientes para colher dados consolidados relativo à imunidade dos idosos.
“A partir do nosso levantamento, vamos encaminhar essas informações para o Ministério da Saúde e outras Instituições como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), solicitando o reforço de vacinas para o Estado para este processo de terceira dose. Não tenho dúvidas que Mato Grosso do Sul tem sido referência para o país e se mostrando um Estado avançando neste enfrentamento à Covid-19 e fará mais uma vez história no país”, pontua o secretário.
O Estudo
O recebimento das doses ocorreu de forma escalonada em Mato Grosso do Sul.
As vacinas foram administradas na população idosa seguindo a ordem decrescente de idade, 80 ou mais, 70-79 anos, 60-69 anos.
Os imunizantes utilizados foram a Coronavac Sinovac/Instituto Butantan e a AstraZeneca/Fiocruz.
O período vacinal de janeiro a maio de 2021 foi voltado a esse grupo prioritário, finalizando com esquema completo. Os idosos, os de idade mais avançada, passaram por etapas completas de vacinação contra a Covid-19, apresentando excelentes coberturas vacinais chegando a 100%.
Assim, o Estudo constatou que desde o início da pandemia até julho de 2021 foram registrados 5.626 óbitos de idosos vítimas da Covid-19, sendo 1.801 em 2020 e 3.825 em 2021. Isto representa 112% de óbitos a mais desde março de 2020. E o risco de nova contaminação aumenta a partir dos 60 anos de forma progressiva nas faixas etárias. O risco é maior para os idosos de 90 anos ou mais, em que a possibilidade de hospitalização é de 8,5% e de óbito de 18,3%.
Na faixa etária de 60 a 69 anos a média de casos confirmados foi de 7,97% e mortes 27,79%. Observa-se queda nas mortes desde o mês de junho. Já na idade de 70 a 79 anos a média de casos confirmados foi de 3,56% e mortes 23,06%. Houve queda de mortes nos meses de maio e junho, com elevação no mês subsequente.
Na população acima de 80 anos, a média de 1,76% dos casos confirmados e 19,61% nos óbitos. Observa-se queda de mortes nos meses de abril e maio, voltando a se elevar nos meses subsequentes. A preocupação maior é com população acima de 80 anos, onde temos a maior taxa de letalidade. Observa-se a manutenção de altas taxas de letalidade, dada pela proporção de casos que resultaram em óbitos por Covid-19, nos idosos.
O levantamento ainda leva em consideração que há fatores agravantes para este público como: a circulação de novas variantes, alta transmissibilidade, efeito da imunidade por conta da idade. Os idosos são os mais vulneráveis frente a doença causada pelo novo coronavírus e com relação aos dados sobre a efetividade reduzida nos idosos e pelo surgimento de novas variantes, desta forma avalia-se a possibilidade de dose de reforço a esse grupo, pois mesmo imunizados ainda estão sendo os mais acometidos pela Covid-19.