Servidores ligados à Secretaria de Assistência Social e até conselheiros tutelares tentaram furar fila da vacinação contra a covid-19 nesta quarta-feira (31) no posto de imunização do Guanandizão, em Campo Grande. O movimento, inclusive, foi flagrado pela equipe de reportagem.
“Mas como, se ela vacinou eu também posso vacinar”, forçava uma servidora, de aproximadamente 50 anos, enquanto mostrava os documentos pessoais e profissionais. Ela é vinculada à SAS.
“Eu tenho uma lista de pessoas autorizadas a vacinar, enviada pelo secretário de Saúde e isso será respeitado”, respondia, firme, Marcos Rodrigues, superintendente da Saúde de Campo Grande e que hoje estava responsável pelo posto de imunização.
A lista é oficial e realmente existe, e consta com nomes de São trabalhadores da SAS envolvidos nos trabalhos de recolhimento de moradores de rua, trabalham nos abrigos, e apoiam as ações de vigilância. Estes estão sim autorizados a vacinar nesta quarta. Porém, a informação gerou uma corrida de diversos outros servidores tentando usar a ‘brecha’ para também conseguir a própria imunização, com direito a áudios de WhatsApp convocando a furar a fila.
“A Secretaria Municipal de Saúde entende a necessidade da imunização deste público que está em contato direto com pessoas que, eventualmente, possuem maior probabilidade de estarem infectadas, por viverem em situação de vulnerabilidade e não adotarem os cuidados costumeiros necessários diante da pandemia”, explicou a Sesau.
A reportagem apurou que três conselheiros tutelares, que hoje atuam de home office, conseguiram vacinar com o nome da lista. “A Secretaria de Saúde solicitou à SAS que elencasse na lista somente os servidores que atuam na linha de frente, nas ações de acolhimento e suporte a vigilância. E que todos que não se enquadrem nestes critérios não são considerados aptos e devem responder”, disparou.