O barulho e a gritaria estão causando um “inferno” na vida de vizinhos de uma igreja no Jardim Leblon. O problema seria a falta de noção e desrespeito na região, que é área hospitalar. Com um bebê recém-nascido Nankele Graviesz mora bem em frente ao local, e por não aguentar mais o barulho, resolver expor o caso nas redes sociais.
“Desde novembro do ano passado essa igreja se instalou com o nome Ministério Apostólico Evangelísticas Nova Jerusalém. A missão deles parece que é fazer barulho, e não aguentamos mais”, conta ela. O templo funciona em um pequeno salão no bairro residencial.
A reclamação é tamanha que já virou até caso de polícia. “Em dezembro e janeiro era de segunda a segunda sem folga. Eu grávida, tentando não ficar nervosa, acabamos procurando a polícia, então o pastor foi depor, mas não deu em nada”. Segundo a vizinha, este seria o segundo inquérito respondido pelo pastor por causa de barulho.
A partir daí um tipo de provocação começou a ser feita. “Eles começaram a virar as cadeiras para frente da minha casa, durante o culto os fiéis ficam olhando pra dentro da minha casa e com esse calor se fecha a porta é pior. Eu tenho um bebê de dois meses e chamar a polícia nem adianta mais, porque eles não vêm”.
O templo fica próximo a UPA Leblon e nem a placa de área hospitalar é respeitada. E nesta quarta-feira (9) o choro constante do bebê acabou deixando a mãe mais irritada. “Ele fica incomodado com o barulho. Na sexta passada ele estava chorando de cólica, incomodado com o barulho não conseguia dormir. Aí foi a gota d'água, minha mãe saiu pra gravar a barulheira e jogar na Internet, aí o pastor saiu querendo profetizar na gente, e eu pedindo que ele calasse a boca, gritávamos com ele dizendo que todo o barulho incomodava meu filho”.
A mãe de Nankele, Elizabeth Augusto deixou claro. “Não sou contra as igrejas evangélicas, só acho que tem que ter respeito com as pessoas”, disse sobre o que chama de fanatismo. Para ela, a igreja tem que ter um isolamento acústico para não atrapalhar as pessoas.
Apesar disso, não aguentando mais a família jogou o vídeo nas redes sociais. “A esperança é que isso chegue nas autoridades e façam algo. Ele tem o direito de culto dele, eu entendo, mas nós não temos como aguentar essa gritaria todos os dias. Também merecemos ter paz. Se Deus é surdo, nós não somos. Essa reação foi por não aguentarmos mais”, indignou-se.
Legislação
Vale lembrar que a perturbação do sossego e da tranquilidade é contravenção penal e o autor pode ser responsabilizado criminalmente. De acordo com a legislação o contraventor pode sofrer multa, prestação de serviço e até mesmo prisão simples que varia entre 15 dias a dois meses.
Em 2016 um levantamento da Secretaria de Segurança Pública apontou que até 80% dos chamados da Polícia Militar seriam referentes a perturbação por som alto. Isso levou inclusive o Ministério Público Estadual a determinar que o município criasse um “Disk Denúncia” para a lei do silêncio.