A reconstrução da ponte de concreto sobre o rio Santo Antônio na rodovia MS-382, em Guia Lopes da Laguna, em substituição à estrutura construída pelo governo anterior que desabou em efeito dominó em janeiro de 2016, é uma obra emblemática para os moradores da cidade. Ao entregar a nova ponte, nesta segunda-feira (2.7), o governador Reinaldo Azambuja estará tirando uma região do isolamento por falta de acesso.
A queda espetacular da travessia anterior, cujos escombros permanecem no rio enquanto a Justiça investiga as causas da falha técnica, afetou não apenas quem produz grãos ou cria boi gordo e teve dificuldades para escoar a produção. Muitas crianças deixaram de ir à escola por falta de transporte na zona rural e apenas uma pinguela sobre o rio permitia o ir e vir das pessoas, entre a cidade e os assentamentos Rio Feio e Retirada da Laguna.
Com uma lavoura de milho pronta para colher ao lado da nova ponte – uma das 100 estruturas em execução pelo Governo do Estado em 39 municípios, com investimentos de R$ 104 milhões -, o arrendatário Valdinei Teixeira Melo, 44 anos, era obrigado a percorrer um desvio de 25 km e voltar à MS-382 para retirar sua produção de grãos. “Já não estava compensando mais plantar, era muita dificuldade, e o custo aumentou com o frete nas alturas”, recorda o lavrador.
De volta às aulas, com segurança
A ponte sobre o rio Santo Antônio não une apenas o centro urbano de Guia Lopes a zona rural. Ela é fator primordial na integração da região com as cidades de Antônio João e Maracaju. O desabamento ocorrido após forte temporal, interrompendo o acesso, aumentou em até 60 Km o percurso dos caminhões com grãos e bois à MS-166. A única opção para pequenos veículos era a ponte de madeira do Grego, um desvio de 25 km que não oferecia segurança.
O motorista Simão Aliludres, 63 anos, responsável pelo transporte escolar municipal de 40 crianças do assentamento Rio Feio, disse que nem sempre o ônibus chegava à escola porque quebrava no caminho. “O desvio era por estradas vicinais com muito buraco e os alunos sofriam muito”, conta. “Mas agora com essa ponte nova vai voltar tudo ao normal, a gente vai ter mais segurança e as crianças não perderão aula”, falou, numa pausa após cruzar a nova estrutura.
O chefe da residência da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) em Jardim, cidade vizinha à Guia Lopes da Laguna, Edmílson Escobar, acompanhou o drama dos produtores e dos moradores para transpor o rio e considera a obra um dos maiores investimentos do governo no município. “A ponte é um projeto maravilhoso e essencial para integrar as zonas de produção e de turismo com Bonito e Maracaju; vai retomar a força que vem do campo”, frisou.
Fim da poeira: o asfaltou chegou!
Ao contrário da ponte antiga, por onde passava apenas um carro, a nova estrutura tem 12 metros de largura, com duas pistas e passarela laterais. São 80,15 metros de comprimento e mais de dois metros de altura em relação a que desabou e teve um custo final de R$ 4,7 milhões, recursos próprios do Estado. A Agesul liberou meia pista ao tráfego, enquanto a empreiteira faz os retoques finais para a entrega da obra pelo governador Reinaldo Azambuja.
A ponte sobre o rio Santo Antônio é um exemplo da nova concepção de engenharia adotada pelo atual governo, que prima pela qualidade técnica de suas obras, em especial de infraestrutura, para evitar desabamentos como o que aconteceu com a estrutura antiga. Em Guia Lopes da Laguna, o Governo do Estado investe R$ 8,9 milhões em pontes. Três estruturas de concreto já foram entregues, sobre os rios Santo Antônio, Santa Tereza e Desbancado.
Complementando o investimento em infraestrutura viária na MS-382, o governador Reinaldo Azambuja assinará, em sua visita à Guia Lopes, ordem de serviço para pavimentação de 1,1 Km da rodovia, entre a área urbana da cidade e a nova ponte, e mais 500 metros à frente, passando por uma vazante do rio Santo Antônio, onde uma ponte de madeira será substituída por galerias. A obra foi orçada em R$ 5.894.618,10 e terá início imediato.
A notícia da chegada do asfalto à porta de sua casa deixou a aposentada Maria Antonieta Leite, 60 anos, muito feliz. Ela mora há mais de 40 anos ao lado da MS-382 e convive com a poeira deixada pelos caminhões que por ali transitam. “Vou rezar muito para o governador”, comemorou. “A gente só ouve promessa, mas agora vai melhorar cem por cento com o fim desse sofrimento”, disse, com a mangueira na mão jorrando água na varanda coberta de pó.