Mais uma vez, a Fazenda Rancho Itália entrou na mira da Polícia Federal durante a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, intitulada de Papiros de Lama. A Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal foram até a fazenda, de propriedade de Mauro Cavalli, atrás de documentos e dinheiros escondidos.
Em maio deste ano, na 4ª fase da Operação, Cavalli chegou a depor com a suspeita de que tenha atuado como “laranja” do ex-governador André Puccineli. Já em setembro deste ano, o Ministério Público Estadual arquivou um inquérito que investigava Mauro Cavalli por irregularidade jurídico-ambiental.
Papirus de Lama
Além das prisões, são cumpridos pela Polícia Federal seis mandados de condução coercitiva, 24 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande, Nioaque, Aquidauana e São Paulo (SP), com a participação de mais de 300 Policiais Federais, servidores da CGU e servidores da Receita Federal.
Os prejuízos causados pela Organização Criminosa ao erário, levando em consideração as fraudes e as propinas pagas a integrantes da Organização Criminosa, passam dos R$ 235 milhões. O cálculo é da própria PF.
Conforme informações oficiais da Polícia Federal, a investigação tem como objetivo desbaratar Organização Criminosa que desviou recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos. Os recursos desviados passaram por processos elaborados de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.
Esta nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas e, ainda, corroborados por depoimentos de colaboradores, os quais participaram do esquema delituoso. Este arcabouço probatório permitiu ratificar a linha investigativa adotada pela Força Tarefa acerca do modo de atuação da Organização Criminosa.