Uma médica de Campo Grande realizou postagem sua rede social afirmando que a liberação de seus pacientes dependeria de seus votos ao cargo de presidente do Brasil. Na publicação, Beatriz Padovan Vilela deixa claro que quem declarar apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) não seria prejudicado pelo seu ‘critério’.
“Hoje é dia de maldade. Perguntar pro paciente em quem vai votar antes da alta. Dependendo da resposta, alta só segunda!! #B17 É dessa vitamina que o povo brasileiro precisa!", disse a médica, ao fazer check-in na área de emergência da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninhas, no sábado (27).
Em consulta ao quadro de profissionais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Beatriz aparece inscrita como médica temporária. Não há mais informações sobre sua atuação profissional.
Após a postagem viralizar, a mulher excluiu todos os seus perfis em redes sociais. A reportagem questionou a secretaria, que informou que apura o caso, é contra essa forma de postura e que, se identificada atitude irregular, a médica pode sofrer processo disciplinar pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Leia aqui.
Lei
O Conselho Federal de Medicina caracteriza o comportamento como antiético e passível de advertência, em maior ou menor grau. Conforme o Código de Ética da Medicina, o profissional tem direito a exercer a profissão sem ser discriminado opinião política ou de qualquer outra natureza, mas também de não fazer o mesmo com um paciente.
Ainda, ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que lhe suceder.