Campo Grande, Miranda e Aquidauana foram classificadas como grau extremo para risco de contágio do novo coronavírus. O relatório foi realizado pelo comitê gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia) e foi divulgado nesta sexta-feira (31), pelo secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel.
O mapa é elaborado com base em dez indicadores de saúde e os dados entregues aos prefeitos, semanalmente, para que eles possam tomar decisões relevantes no combate à doença. O programa foi criado, primeiramente, para evitar situações extremas como o lockdown, que pode quebrar a economia do Estado, mas municípios na faixa preta estão em risco para o fechamento total.
Desde o último relatório, 38 municípios mantiveram o mesmo grau de risco, 37 melhoraram e quatro pioraram. Destaque para as cidades de Glória de Dourados e Inocência, que possuem risco tolerável para a covid-19, o melhor indicador entre os quadros de Mato Grosso do Sul. Confira o mapa:
Segundo o governo do Estado, os indicadores de saúde que definem o grau de risco dos municípios consideram a disponibilidade de leitos de UTI, quantidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), busca por contatos de casos confirmados, redução da mortalidade por Covid-19, disponibilidade de testes, incidência na população indígena, redução de casos entre profissionais da saúde, redução de novos casos, fronteira ou divisa com estado que tenha aumento de casos e necessidade de expansão de leitos.
Apesar das recomendações, os municípios têm autonomia total na tomada de decisões. “Vamos enfrentar dias muitos difíceis em Mato Grosso do Sul. [...] Nós temos que nos afiançar, nos balizar pela ciência para poder gerar alternativas e soluções. [...] O risco de colapso é real. Temos mais de 90% dos leitos de UTI ocupados. Nós temos, de alguma forma, diminuir a pressão sobre o sistema de saúde”, enfatiza Riedel.
Metodologia do Prosseguir
Alimentação dos Dados – A atualização dos dados que compõem os indicadores é de responsabilidade das Secretarias Municipais de Saúde de cada município, de forma que o atraso ou o não fornecimento das informações compromete a avaliação situacional do município.
Mudança de Bandeiras – Seguindo as recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), embora o monitoramento dos dados seja diário, com divulgação situacional semanal, os municípios só podem mudar de cor (faixa) após 14 dias – mesmo que os dados diários indiquem a mudança de situação. Quando a mudança de situação for para melhor, a metodologia prevê que não se pode ‘pular’ faixas (por exemplo, mudar diretamente da faixa laranja para a verde sem passar pela amarela). Já quando a mudança de situação for para pior, permite-se ‘pular’ bandeiras (sair da amarela e ir diretamente para a vermelha, por exemplo), devido à urgência na adoção de medidas.
Classificação de Risco das Atividades Econômicas – Para se classificar o risco das atividades (em baixo, médio e alto) bem como se atividade é ou não essencial, foram utilizados como critério as definições da Lei Federal de Greve. Importante destacar que a Classificação de Risco das Atividades Econômicas (em baixo, médio e alto) também pode ser alterada a qualquer momento pelo Comitê Gestor, pautada em justificativa técnica com foco na melhoria dos resultados da matriz de risco (conforme artigo 10 do Decreto nº 15.462 de 25/06/2020).