A Operação “Araceli”, deflagrada para cumprir 27 mandados de prisão nesta terça-feira (27), culminou com a prisão de 30 pessoas por praticarem crimes contra crianças e adolescentes em Campo Grande.
Uma coletiva de imprensa foi transmitida pelas redes sociais. No total, os agentes do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), policiais civis e militares se dividiram em dez bairros da cidade.
A ação foi realizada no bairro Santa Emília, Tarumã, Moreninhas, Jardim Noroeste, Jardim Inápolis, Zé Pereira, Aero Rancho, Parque do Sol, Jardim Centenário e Jardim Canguru. Dos 27 procurados, 20 foram localizados. Outras dez pessoas foram presas antes da operação.
De acordo com o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, da 69ª Promotoria de Justiça, a maioria dos suspeitos tem grau de parentesco com as vítimas.
“93% dos autores desses crimes possuem vínculos familiares com as vítimas, são pais, padrastos, avôs, primos, avôs por afinidade. Isso reflete a dificuldade de denunciar, temos que nos conscientizar e incentivar as pessoas a denunciar, sabendo da dificuldade. A situação é muito delicada, é uma força-tarefa”, diz o promotor.
A delegada Marília de Brito Martins, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), afirma que um dos presos foi flagrado com munições.
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Posted by TopMídia News on Tuesday, May 18, 2021
Operação “Araceli”
Batizada de Operação “Araceli”, a ação lembra o caso da menina brasileira Araceli Cabrera Sánchez Crespo, assassinada em 18 de maio de 1973, aos 8 anos, na cidade de Serra, no Espírito Santo. O corpo da criança foi encontrado somente seis dias após o crime, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual.
Os acusados pelo crime foram absolvidos e o processo arquivado pela Justiça, fato que instituiu o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.