Campo Grande

11/11/2018 11:30

Foi vítima de assédio sexual em ônibus? Veja como proceder na hora do crime e onde denunciar

Assim que for comunicado do caso, o motorista deve fechar as portas e seguir para um terminal

11/11/2018 às 11:30 | Atualizado 12/11/2018 às 09:02 Thiago de Souza
Vítima deve acionar o motorista e a Polícia Municipal - Reprodução Jornal o Semanário

Vítimas de assédio sexual dentro de ônibus do transporte coletivo de Campo Grande devem denunciar o crime à Polícia Municipal. No ato do abuso, é importante que a mulher acione o motorista imediatamente para que ele feche as portas e se dirija para um terminal ao encontro da Polícia Municipal.  

Caso haja viatura da Polícia municipal no terminal, os agentes vão encaminhar a vítima imediatamente até a Delegacia Especializada da Mulher. O detalhe é que, diferente de outras ocorrências policiais, vítima e suspeito são conduzidos separadamente até a delegacia.

Vítimas devem seguir orientações da polícia e da prefeitura. (Foto: Wesley ortiz)

Ações

Conforme informado pela prefeitura, por meio da sub-secretaria de Políticas para as Mulheres, existe lei municipal - 5.709/16, que obriga o poder público a criação de campanhas contra o assédio.

A campanha vigente foi criada em 2017 e tem como mote ''O Transporte é público, o meu corpo não!". Na ação, foram adesivados 600 veículos da frota do transporte coletivo da Capital, além de divulgação em terminais e na mídia.  

A prefeitura informou também que a Secretaria de Segurança Pública e a Agência de Tecnologia da Informação e Inovação fazem tratativas em relação a disponibilização de filmagens registradas pelas câmeras de segurança dentro dos ônibus.

Para o coronel Waldir Ribeiro Acosta, comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, a vítima não deve deixar de denunciar em nenhuma hipótese.  

''A primeira prevenção é a denúncia. Quem sofreu o abuso tem que denunciar e evitar que o abusador faça mais vítimas", refletiu.

Jovem lamentou reencontrar homem que esfregou pênis na perna dela. (Foto: Wesley Ortiz)

Casos

Em outubro de 2017, uma mulher reclamou dos protocolos adotados por um fiscal do Consórcio Guaicurus, em uma situação onde um suspeito foi flagrado se masturbando no ônibus da linha 061 Moreninhas-Shopping Campo Grande.

Na ocasião, a vítima, que não quis se identificar, acionou o motorista e o mesmo fechou as portas do coletivo e reportou o caso a um fiscal que fica em um ponto do Peg Fácil. Na sequência, o funcionário do consórcio teria liberado o suspeito, que foi embora em um moto táxi.

Em setembro deste ano, uma jovem lamentou ter reencontrado um suspeito que a abusou dentro do coletivo, no dia 22 de abril. Ela relatou que, à época, o agressor se sentou ao lado dela e passou a incomodá-la.

''Eu levantei e troquei de lugar duas vezes e o mesmo sentou ao meu lado, tirou o pênis para fora e passou na minha perna'', descreveu. Ela destacou que o ônibus estava cheio e nem isso intimidou o agressor de praticar o ato. Ela tirou uma foto dele e foi até a Casa da Mulher Brasileira, onde fez o registro da ocorrência.

No entanto, no dia 1º de setembro, ela o reencontrou em um terminal e ele teria debochado da falta de punição. ''Só fiquei preso um dia''.