17/10/2018 15:25
Debate sobre acidentes de trânsito e combate na adulteração de veículos envolve 4 países
Intercâmbio de informações e de conhecimento vai permitir que a atuação da perícia no país consiga aprimorar o trabalho nas áreas abordadas
Os desafios que a perícia criminal tem no trabalho de identificação veicular para combater os furtos e roubos de veículos e atuar para a segurança no trânsito por conta de acidentes vão ser discutidos por três dias com especialistas do Brasil, Argentina, Paraguai e Estados Unidos em Bonito (MS). Mais de uma centena de profissionais de quatro nacionalidades estão reunidos para analisar esses temas durante o XI Seminário Nacional de Perícia de Crimes de Trânsito e o XIII Seminário Nacional em Identificação Veícular, que começa nesta quarta-feira (17) e vai até sexta-feira (19).
Os eventos que acontecem em Mato Grosso do Sul vão apresentar os inéditos crash tests realizados em um tipo de seminário dessa modalidade no país para que os especialistas possam avaliar ao vivo os efeitos de diferentes colisões entre veículos com características distintas. Essa capacitação, até então, só poderia ser acompanhada por profissionais da América do Sul em eventos realizados nos Estados Unidos, tais como o ARC-CSI Crash Conference. Também serão realizadas simulações de atropelamento, utilizando-se boneco especial importado dos Estados Unidos pelo Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinpof-MS). O equipamento hoje também está disponível para uso na capacitação de peritos oficiais do Estado.
As atividades práticas ainda envolvem o treinamento com técnica que permite, a partir de processos químicos de baixo custo, identificar adulteração em motores de veículos. Esse método já é desenvolvido em Mato Grosso do Sul para auxiliar a Justiça no combate da venda de peças no mercado ilegal, que é abastecido pelo roubo e furto de veículos. Profissionais de outras partes do país e do exterior terão agora acesso a esse procedimento.
O intercâmbio de informações e de conhecimento vai permitir que a atuação da perícia no país consiga aprimorar seu trabalho nas duas áreas que estão sendo abordadas nos seminários. Estão inscritos para os eventos peritos oficiais do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, entre outras localidades, sendo tanto com atuação na esfera federal, bem como na estadual.
Palestras e demais atividades
Entre os palestrantes está o norte-americano Rusty Haight, que é diretor do CollisionSafety Institute (CSI), em San Diego, especialista em treinamentos do uso da tecnologia CDR/EDR (Crash Data Retrieval/Event Data Recorder), a chamada “caixa preta” de veículos, e piloto ou ocupante em mais de 1,3 mil crash tests.
Seguindo entre os estrangeiros palestrantes está Angel Montenegro, engenheiro eletromecânico, perito especialista em acidentes de trânsito do Superior Tribunal de Justiça de Santiago del Estero (Argentina) e autor de metodologias de trabalho em casos de atropelamentos de pedestres. Gustavo A. Enciso é outro da Argentina. Ele é diretor do Ceirat, um centro de treinamento apoiado por um grupo de empresas para capacitar peritos da América do Sul na questão de acidentes de trânsito.
Outro nome uníssono na área é do perito criminal do Rio Grande do Sul, doutor em engenharia e pesquisador em acidentes de trânsito Wilson Toresan Jr.
Para aumentar o peso de informações tecnológicas que serão repassadas nos seminários, a empresa de ponta Faro Technologies participa com Marcelo Fillmann para abordar o tema “Perpetuação da cena do crime”. Outra empresa referência, a Samperes, que atua em vistorias, aborda “Vistoria veicular: a grande arma para combater o crime”, com o diretor da unidade, Daniel Ganda.
Há, bem como, apresentações de trabalhos expoentes no ramo de peritos e profissionais da área que atuam em diferentes partes do Brasil.
“Preparamos um grande evento. Temos a certeza que as palestras serão de alto nível, haverá as atividades práticas com crash tests e outras ações e tudo sendo realizado em um local de natureza exuberante, que é o caso de Bonito, em Mato Grosso do Sul”, aponta o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais de Mato Grosso do Sul (Sinpof-MS), Saule Viganó Neto.