Cultura

15/10/2018 14:23

Aldeias de MS são cenários de filme sobre a vida na fronteira

São oitenta pessoas, entre atores, diretores e técnicos envolvidos na produção

15/10/2018 às 14:23 | Atualizado 15/10/2018 às 14:06 Redação
Biel Gomes

Dourados é cenário do filme 'A Pele Morta' e as gravações têm acontecido neste mês na área central, bairros e reserva indígena. O roteiro do roadmovie premiado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) visa retratar as fronteiras do país e a multinacionalidade.

São oitenta pessoas, entre atores, diretores e técnicos da produção que estão no município. Foram promovidas duas seleções de elenco na cidade. 

A história do filme tem início exatamente em Dourados, quando os personagens Justo e Saulo viajam rumo a Ponta Porã e cruzam a fronteira do Paraguai por estradas clandestinas. 

A Secretaria de Desenvolvimento acompanha a produção do roadmovie e seu espaço situado na avenida Guaicurus foi também ponto de gravação. 

O roadmovie é uma produção de Araçá Filmes, com direção de Denise Moraes e Bruno Torres e roteiro de Daniel Tavares. 

Solange Lima, produtora do filme, destaca que na história, “a paisagem natural e humana é tão personagem quantos os indivíduos que a percorrem”.

Dourados já foi “palco” de outras gravações. Em 2016, o longa ‘Em Nome da Lei’ teve cenas no município. O filme ‘Terra Vermelha’, de 2012, contou com cenas na Reserva Indígena de Dourados.

“Dourados tem chamado atenção para produções. ‘Madalena’, do cineasta douradense Joel Pizzini, deve iniciar as gravações em novembro e a temática será agronegócio”, pontuou. Além de Dourados, “A Pele Morta”, terá gravações em Ponta Porã, no Paraguai e nas proximidades da Bolívia.

Sinopse
 

“A Pele Morta” conta a trajetória de personagens em constante reinvenção. A bordo de um antigo caminhão de mudanças, um drama cinematográfico em plena estrada, onde a paisagem natural e social são tão personagens como os indivíduos que a atravessam: três almas inquietas que buscam romper com seus destinos, do Brasil ao Paraguai e à Bolívia, pelas veias abertas do coração da América do Sul.

Justo é um motorista uruguaio que acaba de ser despejado da oficina mecânica que ocupou durante décadas na fronteira brasileira. Decidido a buscar frete no interior do Paraguai, ele leva consigo o borracheiro Saulo, um jovem guarani-kaiowá da região de Dourados e que tem na força de sua rima o grito de seus irmãos. Quando conseguem serviço transportando uma mudança na direção do Chaco paraguaio, fronteira com a Bolívia, eles dão carona a Rosário, uma jovem paraguaia com a mochila nas costas, disposição para o trabalho e uma carta recebida da irmã.

Aos poucos, a cumplicidade entre eles enche de vida a boleia do veículo, abrindo estradas para a esperança e para tantos destinos possíveis, seja seguindo sempre em frente, seja regressando renovado à luta. Falado em português, espanhol e guarani, o filme é uma viagem pelas fronteiras invisíveis da América Latina, uma terra que se move, que pulsa e que levanta a voz.