07/10/2018 12:01
Após 22 anos de cárcere e abusos, moradora de MS reencontra a mãe em São Paulo
Drama será mostrado em rede nacional no programa de Rodrigo Faro, na Record
Uma moradora de Chapadão do Sul que ficou cerca de 22 anos vivendo praticamente encarcerada, sendo abusada sexualmente desde os 9 anos pelo padrasto, terá a triste história revelada do programa do apresentador Rodrigo Faro no domingo (14).
O caso veio à tona após ela procurar a equipe da policial civil Maria Campos, especializada na localização de pessoas desaparecidas, que achou a mãe na cidade paulista de Mirandópolis 22 anos após a separação.
O relato é chocante - de muito sofrimento humano - que reporta as monstruosidades praticadas por psicopatas na forma de pai que mantiveram filhas em cativeiro por cerca de 30 anos em porões como escravas sexuais na Europa e Estados Unidos.
APARÊNCIAS ENGANAM - Esta triste história começa há mais de 22 anos, em São Paulo, quando a mãe de M.C.S. estava com duas crianças pequenas e conheceu C.J.O. que trabalhava em fazendas.
Um belo dia ele a convidou para vir para o Mato Grosso do Sul onde teria mais opções de emprego e renda para sustentar a família. Até então era tido como bom companheiro e pai. A mãe (LBS) decidiu aceitar o convite e buscar novos horizontes com a família.
MÃE ENTERRADA VIVA - Chegando em solo sul-mato-grossense, o homem começou a ficar agressivo e batia brutalmente na mulher, deixando-a cheia de hematomas e cortes por todo o corpo. Quando a moradora de Chapadão do Sul completou nove anos, começou a ser abusada sexualmente sempre que ia para fora de casa.
Na primeira vez que ela recusou, o agressor disse que a mãe sofreia as consequências. Pegou um pau de pilão e “destruiu” a companheira à pauladas. Depois de rachar a cabeça da mulher, abriu uma vala, a jogou dentro e cobriu o corpo com terra.
SODA CÁUSTICA NO CAFÉ - A menina e o irmão desenterraram a mãe, limparam a terra e colocaram pó de café no ferimento que sangrava na cabeça. Passou muito mal - quase morreu - e ele não permitiu socorro médico, apesar da gravidade dos ferimentos. A mulher se recuperou e, após alguns meses, a menina disse o segundo “não” ao abusador e ele colocou soda cáustica no café da companheira, que novamente escapou por pouco.
FERRO DE MARCAR GADO NA MULHER - Um belo dia as crianças foram para a escola e o abusador esquentou o ferro de marcar gado e decidiu que iria fazer uma marca abrasiva na companheira. Ela conseguiu fugir e decidiu seguir em frente para se livrar do torturador e voltar para buscar as crianças logo após achar um novo lugar para morar. Os irmãos voltaram do colégio e o padrasto disse que a mãe os abandonara, que eles tinham somente ele como família. A vida continuou e alguns meses depois mudou de endereço, indo trabalhar em outra fazenda.
MÃE PERDE CONTATO COM FILHOS - Quando a mãe voltou para pegar os filhos, o padrasto já estava bem longe, dando início a um drama familiar entre mãe e filhos que se reencontrariam somente 22 anos depois. Logo após a mudança, a menina - ainda com nove anos - passou e viver como mulher do padrasto abusador dentro de casa. Durante os abusos constantes, ela ficou grávida quatro vezes. A primeira - aos 11 anos - foi obrigada a tomar abortivos, mas teve filhos aos 12 / 17 e outro com idade não informada.
BUSCAS PELA MÃE - Ele se apresentava como pai da menina, mas quando as pessoas começavam a desconfiar do que acontecia dentro da casa, mudava de endereço, sempre em locais isolados. Ela nunca teve acesso a telefone ou contato com outras pessoas sem autorização do abusador.
Há cerca de 7 anos, ele foi morto à facadas em Paraíso das Águas por um colega de trabalho nas obras de manutenção da BR-060. Foi neste momento que ela migrou para Chapadão do Sul com os filhos e deu início às buscas pela mãe.
DRAMA CONTADO POR RODRIGO FARO - Há seis meses, procurou a equipe da policial Maria Campos que logo iniciou as investigações. Os policiais trabalham em regime de parcerias como o apresentador Rodrigo Faro, que possui um quadro específico sobre estes reencontros dramáticos. As duas foram colocadas no mesmo cenário do palco na última quinta-feira da semana passada em São Paulo.
Segundo os policiais que fazem este trabalho de reconectar vidas separadas por tragédias, a forte emoção marcou o reencontro. A apresentação marcada para este final de semana (7) foi adiada para o dia 14 devido às eleições.