24/09/2018 16:15
Em audiência, agente penitenciário alega que matou pedreiro em show sertanejo para se defender
Crime ocorreu exatamente há um ano, em evento musical em shopping de Campo Grande
Joseilton de Souza Cardoso, agente penitenciário que matou a tiros o pedreiro Adilson Silva, há exatamente um ano, 24 de setembro, em um show musical em um shopping de Campo Grande, depõe em audiência de instrução, na tarde desta segunda-feira (24), no Fórum, na Capital. Ele alega que só atirou contra a vítima porque foi agredido.
A sessão é conduzida pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Ao magistrado, Joseilton disse que antes do evento musical, estava em casa e tomou duas doses de uísque no almoço. Em seguida, relata que dormiu a tarde toda e decidiu ir ao show ''bem tarde''.
Na hora do crime, Cardoso disse que foi para a fila do banheiro químico, quando o pedreiro Adílson furou a fila e entrou no mictório primeiro. O réu teria falado que estava na fila também, mesmo assim a vítima teria entrado. Quando Adilson saiu, Joseilton entrou.
''Quando eu sai do banheiro, fui rumo à escada do camarote. Nesse momento levei o primeiro soco de Adílson. Com o soco eu caí no chão, daí veio o primo dele [de Adílson] e deu um chute na minha costela'', relembrou o réu.
Joseilton narrou que foi pisoteado pela vítima. Durante a agressão, ele sacou a arma e teria se identificado como agente federal. Joseilton então disse que atirou quando viu que a vítima estava em cima dele, fazendo menção que iria tentar tirar a arma da mão dele.
''Jamais tive a intenção de atirar, só saquei a arma com a intenção de que Adilson se afastasse e acabasse as agressões". O agente disse ainda que nunca teve a intenção de atirar e muito menos matar e que se pudesse voltar naquele dia jamais teria ido ao show. Também destacou que em nenhum momento agrediu a vítima, somente apanhou.
Mãe do pedreiro Adilson acompanhou sessão e cobra justiça. (Foto: Wesley Ortiz)
O depoimento de Joseilton é o único marcado para esta segunda-feira (24). Ele deixou o Fórum após o depoimento, já que responde o processo em liberdade.
A mãe da vítima esteve no local e pede justiça em relação à morte do filho.