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21/08/2018 11:07

Polícia investiga se grávida foi morta por patrões durante ritual satânico

Segundo a polícia, conversas indicam que bebê de jovem seria entregue para a seita

21/08/2018 às 11:07 | Atualizado G1 Santos
G1 Santos

A polícia em Mongaguá, no litoral de São Paulo, divulgou, na tarde desta segunda-feira (20), que a morte da jovem Atyla Arrua Barbosa, de 20 anos, pode ter sido motivada por um pacto dos assassinos com uma seita satânica.

Imagens e altares com esse tema foram encontrados na casa dos principais suspeitos do crime, os patrões de Atyla. Eles foram presos na última sexta-feira (17) por tentarem receber uma indenização de R$ 260 mil do seguro de vida que pertencia à jovem.

Atyla, que estava grávida de três meses, foi encontrada morta no mês de julho, em uma praia, e a principal linha de investigação era afogamento. Conforme as investigações avançaram, com versões conflitantes entre os depoimentos do casal, foi descoberto que a jovem foi morta propositalmente para que o casal recebesse o seguro de vida feito em nome dela. Os suspeitos fingiram que eram padrinhos e responsáveis pela vítima para darem andamento no processo.

Cronologia

Para a polícia, o patrão é o pai da criança e o próprio assassino: um homem de 47 anos, que teria cometido o crime com o consentimento da esposa, de 41. De acordo com os investigadores, ambos, na verdade, exploravam a garota, mas se apresentaram aos policiais como padrinhos dela, reafirmaram o acidente no mar e alegaram cuidar de Atyla desde janeiro.

O delegado Ruy de Matos, responsável pelo caso, contou que a desconfiança da polícia começou quando algumas mentiras da suspeita foram descobertas. "Primeiro ela disse ser madrinha da menina e que os pais a haviam abandonado, o que é não é verdade. Ela conversava todos os dias com a mãe. Ela não é madrinha dela também", explica.

Além disso, há indícios de que o casal tenha envolvimento com uma seita satânica. "As investigações apontam que eles têm relação com uma seita luciferiana, ou seja, eles adoram Lúcifer. Nós pegamos algumas conversas da Atyla com outras pessoas, via WhatsApp, dizendo que ela teria que ofertar dois filhos para a seita, o que nos leva a acreditar que o suspeito era o pai da criança que ela estava gerando", explicou.

Cemitério

Uma foto da cova onde a jovem foi enterrada será anexada ao processo pela defesa da família. Isso porque, na lápide, a declaração 'te amo' pode ter sido usada para despistar a autoria do crime, de acordo com a advogada que cuida do caso.

O corpo de Atyla foi enterrado em um cemitério de Itanhaém, cidade vizinha a Mongaguá, onde os suspeitos moravam com a jovem. Na lápide, entre o nome completo, data de nascimento e falecimento, uma coisa chamou a atenção da defesa da jovem.

"Está escrito 'te amo'. Acreditamos que isso possa ter sido usado pelo casal para despistar o crime. Por isso, anexamos fotos ao processo e vamos usá-las", explicou a advogada Patrícia Vega. No enterro da jovem, além do casal, apenas mais três pessoas, não identificadas, compareceram.

O casal suspeito foi preso na tarde de sexta-feira (17), após ter o pedido de prisão preventiva acatada pela Justiça. Eles foram detidos na casa em que moravam, em Itanhaém. No local, segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram achados vários documentos, livros e um punhal. Desde a data, o imóvel está abandonado e três cachorros, que provavelmente pertenciam à família, estão sozinhos, sem comida, no quintal da residência.