14/08/2018 15:10
‘Dinheiro não paga uma vida’, diz irmão de Wesner sobre pensão de assassinos
Soltos, os assassinos de Wesner terão que pagar o valor de R$ 636 mensais para a família do adolescente
"Dinheiro nenhum paga a vida de um ser humano". É assim que o irmão de Wesner Moreira da Silva, Luciano Gonçalves da Silva, 22 anos, resume a vitória judicial conquistada nesta semana. Wesner foi assassinado aos 17 anos após ter uma mangueira de compressor de ar introduzida em seu ânus e a família ganhou uma pensão dos responsáveis.
A Justiça determinou que os acusados Willian Henrique Larrea e Thiago Giovani Demarco terão que pagar um valor mensal à família de Wesner no valor de R$ 636. No entanto, o irmão da vítima lamenta receber o dinheiro quando, na verdade, gostaria é de ver a dupla assassina atrás das grades.
“Não ligamos para dinheiro, pois sempre trabalhamos e vivemos de forma digna. O que a gente quer mesmo é que eles (Willian e Thiago) sejam presos. Parece que a vida do meu irmão nada vale, já que eles cometeram o crime e, mesmo assim, continuam soltos, livres. Isso é errado, queremos que eles paguem pelo que fizeram com o meu irmão. Trocaríamos mil vezes esse dinheiro para que eles pagassem sendo presos, mas falaram que tudo não passava de uma brincadeira e a Justiça acredita. Estão respondendo pelo crime em liberdade, enquanto nós, familiares do Wesner, choramos pela falta que ele faz todos os dias”, desabafou Luciano.
Após a morte do Wesner, a vida e a alegria da mãe, dona Marisilva Moreira da Silva, mudou de forma drástica. Cada aniversário, dia das mães e até durante o cotidiano ela se lembra do filho. É o que relata Luciano:
“Como a justiça me diz que eles não tinham a intenção de matar? Eles sabiam sim o que podia acontecer, são homens e não são crianças. É um absurdo eles acharem que aquilo era uma brincadeira. Até quem comete roubos, furtos são presos e como que alguém que tira a vida de uma pessoa não fica atrás das grades? Ainda lutamos por justiça pela vida do meu irmão. Os assassinos acabaram com a vida de uma família e acham que pagar uma pensão já está valendo? Duvido que as coisas seriam assim se o Wesner fosse filho de alguém importante, de alguém rico”, desabafa.
O crime
No dia 3 de fevereiro de 2017, Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, dono do lava-jato e o funcionário Willian Henrique Larrea, 31 anos, seguraram Wesner e enfiaram a mangueira de um compressor no ânus da vítima. O fato causou ferimentos graves no adolescente, que chegou a ficar uma semana internado em um hospital, mas não resistiu às complicações do ferimento e morreu.