09/08/2018 10:15
Senado da Argentina rejeita legalização do aborto, tema deve voltar ao Congresso em breve
Despenalização é o caminho de reforma mais branda diante da rejeição à legalização
Senado da Argentina rejeitou na madrugada desta quinta-feira (9) o projeto de lei que legalizaria o aborto no país, mas a discussão sobre a interrupção voluntária da gravidez deve voltar ao Congresso do país vizinho ainda este mês.
Pelo texto rejeitado no Senado, seria possível interromper a gravidez durante as primeiras 14 semanas de gestação. O projeto previa também que o aborto fosse realizado em qualquer hospital ou clínica e obrigava o Estado a cobrir o custo do procedimento, dos medicamentos e dos tratamentos de apoio necessários.
Segundo o jornal “La Nación”, há ampla maioria de legisladores, tanto no Senado como na Câmara dos Deputados, que apoiam a possibilidade da despenalização, portanto é muito provável que seja aprovada. Essa nova forma da lei é uma posição intermediária que alguns senadores, ao verem que o projeto de legalização não vingaria, passaram a impulsionar.
O aborto ficaria mantido como um crime, porém com mais exceções do que o código atual. A mudança principal seria uma mulher não poder ser punida por causar seu próprio aborto ou permitir que outro o pratique. No entanto, de acordo com informações do “El Clarín”, permaneceria a punição para médicos e farmacêuticos que as auxiliassem.
Em outras palavras, se este novo Código for aprovado, não haveria mais na Argentina mulheres presas por praticar aborto. De acordo com os números oficiais do Ministério da Justiça argentino, entre 2007 e 2016, 63 pessoas foram condenadas por diferentes tipos de crimes relacionados ao aborto, informa o “La Nación”.
Outra modificação importante do anteprojeto estabelece que qualquer mulher poderá interromper sua gravidez se for resultado de abuso sexual.
Além disso, se manteriam os casos que atualmente já são legais para o aborto no país: quando há risco para a vida ou a saúde física ou mental da mulher.