Política

21/07/2018 11:58

Em primeiro discurso, Odilon candidato ataca principal obra de Puccinelli

Ele disse que dinheiro 'desperdiçado' na construção do Aquário construiria casas e ampliaria leitos

21/07/2018 às 11:58 | Atualizado Celso Bejarano e Rodson Willyams
André de Abreu

Homologada a candidatura para o governo de Mato Grosso do Sul, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, endureceu o discurso e atacou a principal obra da gestão do ex-governador André Puccinelli, pré-candidato ao governo do MDB, preso ontem, sexta-feira (20), pela Polícia Federal, por corrupção.

Odilon disse ser vontade sua em mudar a política tributária para aquecer o mercado de trabalho e acabar com uma prática ilegal que ocorre hoje, que seria a de cobrar propina de empresas interessadas em investir em MS.

“Não é vontade minha, é vontade de enfrentar uma luta”, disse Odilon assim que assinou a papelada que o legitimou candidato ao governo pelo PDT.
Ele afirmou que a campanha rumo ao governo será de “combate à corrupção” e que ele quer “resgatar a esperança da população” e que vai “pregar a renovação”.

“Vou trabalhar pelo enfrentamento e combate à corrupção, por uma administração com ética. O orçamento anual de MS é de R$ 15 bilhões e precisamos proteger esse orçamento”.

Quanto a obra do Aquário do Pantanal, iniciada em 2011, ainda na gestão do ex-governador André Puccinelli e suspensa no início do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), Odilon de Oliveira disse que o projeto em questão é “um egoísmo da alma, uma fantasia para a população”.

Ele afirmou que a obra já consumiu R$ 300 milhões, recurso que daria para erguer 4.422 casas construídas com 64 metros quadrados. O dinheiro daria ainda para adquirir mais de 800 leitos para hospitais.

Sem detalhar de que maneira, Odilon disse que é intenção sua o de desburocratizar o Estado, não aumentar impostos, mas mudar o fator tributário. Para ele, mexer no fator tributário seria um meio de os empresários investirem mais em seus negócio e, com isso, contratar mais trabalhadores.

Odilon disse que é uma prática comum hoje em  dia o empresário ter de pagar 30% do investido para fixar empreendimento aqui no Estado. O candidato do PDT afirmou ser preciso atrair investidores, mas sem cobrá-los nada por isso.

“Há 40 anos defendo a bandeira da lisura, ainda que para isso tive de enfrentar a morte por diversas vezes. Vamos fazer uma campanha da moralização, reedificar moralmente o Estado de MS”, bradou o pedetista.

Odilon de Oliveira disse ainda que tem projetos para melhorar a educação, como as condições de trabalho dos professores e salários dos servidores da administração das escolas.

“Vocês não vão se decepcionar”, concluiu o juiz aposentado.

Em seu blog, o candidato cita que ingressou tarde na escola e que sempre pregou a ética, veja o texto.

“Retirante da seca nordestina, nascido em Exu (PE), Odilon trabalhou na roça como assentado até os 16 anos. Aos 17, foi à escola. Aos 29, formou-se em Direito. Foi procurador federal, promotor de justiça, juiz de Direito e atuou por 30 anos na Justiça Federal.Suas lutas o prepararam para uma vida de decisões firmes, à favor da ética e da justiça, na defesa de uma sociedade justa e igual”.