Polícia

20/07/2018 19:16

'Vamos rebater tudo o que o juiz falou, mas só segunda-feira', diz advogado de Puccinelli

Renê Siufi disse que 'quem entra no plantão para tirar preso da cadeia é o advogado do Lula'

20/07/2018 às 19:16 | Atualizado Thiago de Souza
Siufi só deve apresentar recurso na segunda-feira - André de Abreu - Arquivo

Renê Siufi, defensor de André Puccinelli, promete rebater todas as constatações feitas pelo juiz federal da 3ª Vara Federal, Bruno Cézar da Cunha Teixeira, que determinaram a prisão do cliente dele, na manhã desta sexta-feira (20). No entanto, o recurso vai ser feito somente na segunda-feira (23).

''Quem entra no plantão para tirar preso da cadeia é o advogado do Lula, não eu'', brincou Siufi.

Mais cedo, na hora da prisão do 'italiano', do filho, André Puccinelli Jr e do advogado João Paulo Calves, pela Polícia Federal, o defensor disse que as denúncias eram 'requentadas' e a prisão, consequentemente 'injusta'.

Puccinelli e os outros dois investigados foram presos diante de fartos indícios colhidos nas cinco fases da Lama Asfáltica. No entanto, o fator decisivo segundo a Justiça Federal, foi a continuidade das ações criminosas, mesmo durante as investigações.

O magistrado federal destacou, em seu despacho, que saques das contas do Instituto Ícone de Direito, continuavam sendo feitos, principalmente em 2017, e o dinheiro de propina aplicado em investimentos financeiros nas contas dos investigados.

Ainda conforme a decisão de hoje, dinheiro desviado dos cofres públicos eram usados para pagar advogados dos envolvidos na organização criminosa, entre eles o filho de Puccinelli e Edson Giroto, já preso.

Conforme indícios descobertos na 5ª fase da Lama Asfáltica, o filho do ex-governador usava o Instituto Ícone como um receptáculo de propinas pagas pela JBS. Os valores entraram de forma expressiva durante o mandado do italiano e foram sendo retirados ao fim da gestão dele.

Puccinelli e o filho no momento da prisão. (Foto: Wesley Ortiz)

O Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal vasculharam as contas da empresa e descobriram que o dinheiro da propina era aplicado em investimentos financeiros.

Para as autoridades, apesar de formalmente o advogado João Paulo Calves ser o dono do instituto, Puccinelli Jr é que seria o verdadeiro proprietário e operava o Ícone a mando do pai.