10/07/2018 15:52
Coronel dispensa sargento que fazia 'segurança velada' na Casa Civil Militar de MS
Ricardo Figueiredo foi preso durante operação que pôs na cadeia militares que favoreciam máfia dos cigarreiros
Chefe da Casa Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, o coronel da Polícia Militar Nelson Antônio da Silva dispensou o segundo sargento PM Ricardo Campos Figueiredo, preso por suposta participação numa quadrilha composta por militares que favorecia ações da chamada máfia dos cigarreiros.
Vinte e oito PMs, entre os quais tenentes-coronéis, permanecem detidos desde maio passado. Figueiredo foi encarcerado quando os investigadores do caso cumpriam um mandado de busca e apreensão na casa dele. Durante a Oiketicus, operação do Ministério Público Estadual e da Corregedoria da PM, o sargento trancou-se num banheiro do imóvel e quebrou os dois aparelhos. Para os policiais, o militar tentou atrapalhar a investigação, daí a Justiça mandou prendê-lo.
De acordo com o publicado nesta terça-feira no Diário Oficial, a função de Figueiredo era a de “Agente de Segurança Velada da Casa Militar”, missão pela qual recebia salário de ao menos R$ 8 mil. O Diário Oficial diz que ele perdeu o salário e a função no dia 6 de julho deste ano, 12 dias depois de preso.
Ainda segundo o Diário Oficial, Figueiredo tinha como missão na Casa Civil a de Agente de Segurança Velada, ou seja, ele desempenhava sua função de maneira oculta, disfarçada, levando-se em conta o termo "Velada".
A Oiketicus [bicho cigarreiro] pôs na cadeia militares que recebiam até R$ 100 mil mensais de propina e, em troca, favorecia o trânsito de caminhões carregados com cigarros contrabandeados do Paraguai. Além de contrabando, os envolvidos na trama devem ser processados por formação de quadrilha e ainda por lavagem de dinheiro, crimes podem motivar penas de até 20 anos de prisão.