O projeto de produção de brinquedos pedagógicos confeccionados por detentos da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), chegou ao Ceinf Maria Dulce Cançado, que nessa terça-feira (29) recebeu 45 peças entre carrinhos de madeira, de vários modelos, e bonecos de crochê, que irão contemplar 270 alunos. Esta é a quinta unidade da Rede Municipal de Ensino (Reme) a receber as peças, desde o ano passado.

A entrega aconteceu com a presença da secretária-adjunta de Educação, Soraia Campos, do presidente da Agepen, Audi de Oliveira Chaves, do chefe da Divisão de Esporte, Arte e Cultura (Deac) da Semed, Marcos Antônio da Silva Lopes, e do diretor do presídio de Segurança Máxima, Paulo Godoy e da gerente da Educação Infantil da Semed, Nídia de Moura.

O professor Felipe Augusto da Costa Souza, que desenvolveu o projeto junto ao agente penitenciário Vinícius Saraiva de Oliveira, explica que os carrinhos, bonecos, bolas e jogos educativos são recursos necessários na construção da identidade, da autonomia infantil e das diferentes linguagens das crianças.

Diferente dos brinquedos comprados nas lojas, as peças confeccionadas no presídio têm maior durabilidade por conta da madeira e do crochê, tendo como aspecto relevante a sustentabilidade, já que são feitos com sobras de madeira da marcenaria da unidade penal. Para preencher o miolo da peça em crochê são usados sacos plásticos, que poderiam acabar sendo descartados no meio ambiente.

O presidente da Agepen, Audi de Oliveira Chaves, destacou a importância da parceria com a prefeitura. “É uma satisfação participar de um projeto dessa envergadura. Quando os internos fazem um trabalho que proporciona essa felicidade, é muito importante para eles e sabemos que vai trazer felicidade também para as crianças e contribuir com a sua formação”.

A diretora do Ceinf, Cléia Lucia Braga Larsen, explicou que as peças irão compor a brinquedoteca ambulante, que leva, de forma programada, os  brinquedos da unidade a todas as turmas. “Eles serão colocados em uma caixa que passa cada dia em uma sala. Assim todos poderão aproveitar de forma organizada os brinquedos”.

Cléia também ressalta que as professoras irão aproveitar as temáticas do Maio Amarelo para utilizar os carrinhos e falar sobre as questões de trânsito. Já os bonecos serão aproveitados nas aulas sobre os animais, pois cada um representa um bicho.

Mãe do pequeno Ezequiel, de dois anos, Lidilene da Silva Barbosa adorou os brinquedos. “Hoje as crianças estão muito ligadas no tecnológico. É preciso oferecer brinquedos artesanais, que despertem o desenvolvimento delas”, pontuou.

A secretária-adjunta Soraia Campos lembrou da importância do papel social do projeto. “Esse projeto dá a oportunidade dos internos não ficarem ociosos e fazer algo produtivo. Esses brinquedos enriquecem o pedagógico. O Ceinf é o lugar onde as crianças passam uma parte muito grande do dia, por isso é importante ter elementos que deixam o ambiente mais acolhedor”, afirmou.