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01/06/2018 15:15

Amor pela corrida e um pelo outro levou casal a rodar o mundo e virou tatuagem

Paulo e Mari maratonam há mais de 20 anos, colecionam medalhas e não têm intenção alguma de parar

01/06/2018 às 15:15 | Atualizado Amanda Amaral
Arquivo pessoal

Em casa, no trabalho e no hobby – aqui, levado muito a sério – Paulo Roberto e Mari Donato, respectivamente aos 63 e 62 anos, não se desgrudam. A afinidade do casal de empresários tem relação forte com a corrida, que os fez conquistar histórias, troféus e medalhas, carimbos no passaporte e tatuagens que traduzem na pele esse amor em comum pelo esporte e entre os dois.

Chegaram a Campo Grande há 36 anos, mesmo ano em que se casaram, no Estado onde nasceram e cresceram, Rio Grande do Sul. Mari, de Santa Maria, Paulo, de Passo Fundo. A história é curiosa, com ares de ‘amor à primeira vista’ que se vê nos filmes.

Unidos pelo acaso de reencontros e uma carona ao Paraguai estrategicamente arquitetada pelas manobras do universo a favor do amor, se apaixonaram. Na época, o trabalho não ia bem e, juntos, decidiram recomeçar na Capital de Mato Grosso do Sul, seguindo sugestão de amigos que tinham negócios na cidade. As coisas foram se encaminhando até montarem uma empresa de persianas juntos.

“Chegamos aqui e, em questão de dias, conhecemos um rapaz que tinha a ver com paraquedismo, começamos a saltar. Ficamos dez anos saltando, depois disso ficou caro e paramos”, conta Mari, que tem formação em educação física e trabalhou por anos em academias.

Corrida

A ideia de começarem a correr veio de um amigo triatleta. De surpresa, Paulo inscreveu a esposa em uma corrida interbairros do Sesc, circuito pelo bairro Moreninhas, há 20 anos. Ela lembra ter chegado em 2º lugar ‘por distração’, por não visualizar a faixa de chegada, mas o pódio já serviu como incentivo.

Dali para frente, se inscreviam em todas as corridas, de menores a maiores percursos, e hoje colecionam cinco maratonas no currículo, além das incontáveis meia-maratonas. Adquiriram paciência, condicionamento físico, memórias e amizades ao redor do mundo.

“A mais difícil foi a última em Boston, sensação térmica de -6ºC e embaixo de chuva. Vento contra, tudo contra, mas nunca deixamos de terminar uma prova. Não é por nada, mas as pessoas que enxergam nosso ‘quartinho de medalhas’ ficam impressionadas”, se orgulha Paulo, com largo sorriso.

Mas e as tatuagens?

Bom, a história delas já foi contada incansáveis vezes a todos que avistam as panturrilhas de Paulo, que ele resume como uma homenagem ao esporte e à Mari. “Foi há mais ou menos seis anos. Tirei essa foto bonita dela, em um treino em Maceió, e resolvi gravar na pele. Antes dessa, já tinha o nome da Mari tatuado no braço. Depois, tatuei a outra panturrilha com uma foto minha correndo também”, conta.

Inevitavelmente, o casal é conhecido por onde vai, pelo companheirismo que inspira antigos e novos atletas, mas também quem nem tem relação com o mundo esportivo. A rotina de treinos e competições continua, assim como a disposição dos dois pela vida, me dizem: ‘até onde a gente aguentar’.