28/05/2018 13:56
Para 91% dos leitores, envolvidos em contrabando de cigarro devem ser exonerados
Servidores membros da Polícia Militar de MS, alguns com altos salários, são alvos de operação do Gaeco
A enquete desta semana do TopMídiaNews perguntou ao leitor: ‘Você acredita que os servidores envolvidos com contrabando de cigarro deveriam ser exonerados?’. Na resposta, 91% dos participantes opinaram ‘sim’, e 9% ‘não’.
A questão cita o caso investigado pela Operação Oiketikus, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), sobre a ‘Máfia do Cigarro’, em que envolvidos no esquema de corrupção atuam na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Alguns deles com salários superiores a R$ 20 mil.
Os policiais são investigados por terem liberado cigarreiros diante do pagamento de propinas, que variavam de acordo com a carga. Na prática, os policiais militares, incluindo oficiais, agiam como “seguranças” do crime organizado ligado ao contrabando de cigarros.
Conforme apurado pelo grupo do Ministério Público, eles facilitavam o contrabando e, em troca, recebiam propina. Os valores levantados pela operação apontam que os militares recebiam de R$ 2 mil a R$ 100 mensais para liberar as cargas.
As investigações foram iniciadas pelo Gaeco em abril de 2017, através de interceptações telefônicas.
Afastados
Em nota oficial emitida pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), foi esclarecido que investigados que ocupavam funções de comando ou subcomando na Polícia Militar se encontram afastados dos cargos e substituídos.
“Em relação à Operação Oiketicus, desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da PMMS, esclarece que todos os fatos atribuídos aos policiais militares, são objeto de procedimentos em andamento na Corregedoria da Polícia Militar, na Polícia Civil e na Polícia Federal, de acordo com a competência de cada órgão”, cita a nota.
Ainda conforme a assessoria da Sejusp, concluída as investigações o caso segue para o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Auditoria Militar.
Operação
O nome Oiketikus escolhido para a operação é de um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”. Ela foi deflagrada no dia 18 de maio, em 14 cidades do Estado.
Os envolvidos foram presos, acusados de participação. Todos foram encaminhados para celas do Presídio Militar Estadual. O Gaeco também realizou uma força-tarefa, que recebeu o nome de “tropa de elite” e cumpriu 45 mandados de busca e apreensão.