26/05/2018 07:00
Campo-grandenses dizem estar envergonhados com policiais envolvidos na Máfia do Cigarro
A população afirma que os policiais deveriam ser o exemplo do Estado
A população campo-grandense demonstra total indignação ao falar da Operação Oiketikus, deflagrada na última semana em 14 cidades de Mato Grosso do Sul, que prendeu policiais militares envolvidos na Máfia do Cigarro. Os entrevistados destacam que os policiais deveriam ser apontados como o exemplo contra atos ilícitos.
A aposentada Elizabeth de Araújo, 63 anos, afirma que a atitude deixa evidente que a população está desprotegida. “Eles deveriam ser o exemplo, quando na verdade demonstram que não temos proteção nenhuma. Eu nunca imaginei que ouviria uma notícia como essa, de que policiais deixam passar cargas de cigarro em troca de dinheiro, eles estão nas ruas para combater o que é considerado ilegal”.
De acordo com Elizabeth, o Estado todo fica envergonhado. “As pessoas do país inteiro ficam sabendo disso e já acham que aqui tudo é fácil, passar com droga também deve ser assim. Eu acho que eles deveriam ser punidos, perder o cargo e se virar para ganhar a vida, porque isso é corrupção”.
Para o idoso Vicente de Souza, 68 anos, a atitude demonstra que os policiais enfrentam problemas financeiros e buscam uma saída para adquirir recurso. “O salário deles não dá para nada, por isso fazem isso. Está claro que, por um lado foi isso que aconteceu, se o salário fosse justo, isso não aconteceria, mas como eles ganham pouco, acabam se tornando pessoas corruptas”.
Culpa do salário baixo?
Vicente diz que não concorda com a atitude, mas entende os motivos pelos quais os policiais se deixaram envolver na ‘Máfia do Cigarro’. "Eles tiveram motivos, a toa não foi. Mas claro que eu não gostaria de ver uma notícia como essa. Infelizmente esse é o nosso país”.
José de Paula dos Santos, 52 anos, não concorda com as afirmações de Vicente e destaca que se o problema é salário baixo, a categoria deveria lutar por melhorias e não ‘se vender’ por dinheiro. “Não tem justificativa, estão errados e pronto, cometeram crimes e devem ser punidos também por isso. Eu acho que a lei deve ser seguida à risca, não tem desculpa para o que eles fizeram, não adianta nada tentar tapar o sol com a peneira”.
Judite da Silva Gomes, 56 anos, afirma que tem parentes que atuam na polícia e sabe que eles lutam para levar mais segurança á população. “Meu cunhado é policial, ele fica morrendo de vergonha dessas coisas, ele se tornou policial para levar segurança e não corrupção para o Estado”.