13/05/2018 07:00
Dia das Mães: soropositiva, desejo de mãe é que filha contaminada pelo HIV seja curada
Luciana descobriu que era portadora do vírus durante o pré-natal
O Dia das Mães, comemorado neste domingo (13) em todo o mundo, é dia de alegria e também de receber presentes. Para Luciana*, o maior deles seria ver a filha, Manuela*, de apenas um ano e três meses, livre do HIV.
Luciana tem 16 anos e descobriu que estava contaminada com o HIV na gestação da filha. ''Descobri que estava com a doença no pré-natal. Imediatamente os médicos já entraram com medicamentos para evitar que o vírus passasse para o bebê", contou.
Apesar do tratamento imediato, Manuela nasceu com o vírus e, já nas primeiras horas de vida, iniciou o tratamento com o coquetel. Hoje, a pequena é uma das 41 crianças portadoras do HIV atendidas pelo Lar dos Sonhos Positivos, antiga Afrangel (Associação Franciscanas Angelinas).
A gravidez de Luciana não foi uma das mais tranquilas pelo fato de ser a primeira e ter a consciência que a doença poderia ser passada para a filha. ''Foi bem difícil. Os remédios são muito fortes, cheguei a entrar em depressão, mas em momento algum rejeitei minha filha".
Aos três meses de vida Manuela começou a ser acompanhada pelo Lar dos Sonhos Positivos, onde recebe toda assistência necessária. Ela chega no local no período da manhã, passa o dia na instituição e é devolvida para os pais à noite, já de banho tomado, alimentada e medicada.
De presente de Dia das Mães, Luciana gostaria de receber é a notícia de que a filha está livre do HIV. ''Até os dois anos de idade a equipe médica espera conseguir reverter o caso e eliminar o vírus do organismo dela. É meu sonho que isso aconteça e eu tenho fé que vai acontecer", disse confiante.
Em 2013, um bebê americano diagnosticado com HIV foi tratado com uma combinação de medicamentos e teve o vírus reduzido a níveis indetectáveis por exames comuns, o que foi considerado uma “cura funcional”.
Hoje, ainda poucas pessoas sabem que Luciana, o marido e a filha são portadores do vírus. ''O HIV em si, se tratado corretamente com os medicamentos, não mata mais. Muitas pessoas acham que é o fim da vida, mas não é. O grande problema mesmo é o preconceito".
*Luciana e Manuela são nomes fictícios para evitar a exposição da entrevistada.