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26/03/2018 14:03

Com soltura de Amorim e Giroto, 79% dos leitores não têm mais fé na Lama Asfáltica

Em enquete, maioria diz não acreditar que Justiça seja cumprida, mesmo com as fraudes comprovadas pela operação da PF

26/03/2018 às 14:03 | Atualizado Amanda Amaral
Arquivo TopMídiaNews

A investigação Lama Asfáltica, conduzida pela Polícia Federal, não é mais a esperança da maioria para que, enfim, os responsáveis pelos desvios milionários de dinheiro público em Mato Grosso do Sul sejam punidos conforme a Lei. Para 79%, as solturas do empresário João Amorim e do ex-deputado Edson Giroto comprovam a desilusão com a Justiça.

Para 21%, ainda há convicção de que surja mais réus e condenações efetivas.  A enquete foi proposta na última semana pelo TopMídiaNews, e os resultados são referentes à opinião dos participantes, que responderam à pergunta no site.

Prende e solta

O TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da Terceira Região mandou soltar Amorim, Giroto, o ex-deputado estadual e ex-diretor da Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimento), Wilson Roberto Mariano, conhecido como Beto Mariano, e Flávio Scrocchio. Eles haviam sido presos no início do mês, no complexo da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, onde ficaram pouco mais de dez dias detidos.

O motivo é o suposto envolvimento em superfaturamento de obras e fraudes em licitações. Agora, todos vão responder pelo processo em liberdade.

O trio Amorim, Giroto e Mariano tinha sido detido em maio de 2016, numa das cinco fases da Lama Asfáltica, mas foram soltos por medida liminar expedida pelo TRF-3. Já no início deste mês, o STF derrubou aquela liminar, daí as prisões.

Agora, advogados dos implicados ingressaram com recursos que convenceram os desembargadores do TRF-3 a soltarem de novo os envolvidos.

Lama Asfáltica

Investigações tocadas no âmbito da Lama Asfáltica, operação da Polícia Federal deflagrada em julho de 2015, descobriu que na gestão do então governador André Puccinelli, do MDB (2007-2014), havia um esquema de lavagem de dinheiro, superfaturamento e direcionamento de obras, corrupção de servidores e fraudes em licitações.

O esquema, que seria chefiado por Puccinelli, segundo a PF, arrecadava dinheiro principalmente por meio de desvios de recursos que deveriam ser investidos em pavimentação de estradas.

Ainda não há uma conta definida, mas os envolvidos teriam desviado em algo em torno de meio bilhão de reais. Parte deste dinheiro teria sido utilizado na compra de fazendas em Mato Grosso do Sul que, juntas, medem em torno de 66 mil hectares.