21/03/2018 14:17
Paciente denuncia recusa de atendimento na Caps Vila Almeida
Rapaz precisa de remédios controlados pois convulsionou na noite de ontem, mas não consegue atendimento
Esperando há cerca de quatro horas por atendimento, o auxiliar de serviços gerais João Antonio Cardoso Alves, 28 anos, já não sabe mais o que fazer para conseguir ser recebido por um médico na Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Vila Almeida. Segundo ele, o médico do local se recusa a atendê-lo, mesmo se tratando de uma emergência.
“Eu estou desesperado, com muita dor de cabeça e preciso dos meus medicamentos. Tenho o encaminhamento da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), mas o médico não quer falar comigo. Eu convulsionei na noite de ontem, foi muito forte, tiveram que chamar a emergência”, conta João.
O auxiliar toma medicamentos controlados como Ácido Valpróico, Cardiolite e Carbamazepina, que só podem ser comprados através de receita médica.
Resposta
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que respondeu que, segundo a coordenadoria da pasta, é de que o paciente fazia acompanhamento no Caps Vila Almeida com uma médica que não faz mais parte da equipe. Conforme os registros, o último registro de atendimento de João na unidade é de agosto de 2017.
"Ele procurou a unidade requerendo um laudo com a assinatura da profissional que fazia o seu atendimento para levar ao INSS e não uma receita, como foi mencionado. No entanto, por razões obvias, isso não será possível. A equipe da unidade fez o acolhimento deste paciente e sugeriu atendimento com outro profissional, mas ele se recusou", dizia a nota do órgão.
Paciente contesta
Em contraponto, João Antonio diz que em nenhum momento foi-lhe sugerido o atendimento com outro médico, e que ele não faz diferença entre um profissional e outro. Ele reafirma precisar da receita, e também do laudo.
"Só preciso desse documento, não importa quem assine. Não tem médico aqui, ou tem e não me atende. Por que eu estaria desde a manhã? Estou há quase seis meses sem a medicação, é urgente", rebate.