19/03/2018 19:00
Após críticas de deputado, secretaria de Cultura vai manter classificação de 16 anos em exposição
Paulo Siufi exigiu que exposição "Maria Não é Mais Virgem" tivesse censura de 18 anos
O secretário estadual de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, afirmou que será mantida a classificação etária de 16 anos para a exposição “Maria Não é Mais Virgem”. O deputado estadual Paulo Siufi (MDB) exigiu na tribuna da Assembleia legislativa na semana passada que fosse alterada a classificação para 18 anos por conter desenhos de corpos de mulheres.
Athayde destacou que a administração do Centro Cultural José Octávio Guizzo realizou todos os encaminhamentos legais conforme a legislação para definir a classificação indicativa. O secretário também afirmou que até o momento não foi procurado por Paulo Siufi sobre a exposição. “Estamos a disposição para dar os devidos esclarecimentos. Inclusive Paulo Siufi está convidado para ir conferir a exposição pessoalmente no local. Vamos manter a classificação para 16 anos”, disse.
Apesar de ter subido na tribuna para exigir a mudança na classificação etária da exposição, Paulo Siufi não encaminhou requerimento ao governo do estado, secretaria de cultura ou ao Centro Cultural oficializando o pedido. Além de não entrar em contato com Athayde Nery, Paulo Siufi também não contatou a administração do Centro Cultural e a autora da exposição.
O deputado estadual Paulo SIufi reconheceu que não visitou a exposição, mas levou fotografias ao subir na tribuna da Casa de Leis.
De autoria de Lina da Anunciação, “Maria não é mais virgem” é uma série que propõe um olhar sobre alguns dos vários elementos que tocam a sexualidade da mulher. Aborda a relação da mulher atual com o sexo, com o seu próprio corpo e sexualidade e busca expressar o erotismo feminino.
No ano passado, Paulo Siufi protagonizou, junto com os deputados Coronel David, Lídio Lopes e Herculano Borges, episódio que levou a prisão do quadro intitulado “Pedofilia” durante exposição no Museu de Arte Contemporânea.
Em 2006, Paulo Siufi tentou censurar e impedir a exposição “Habemus Cocam”, do artista plástico Evandro Prado. A exposição de Popart trazia imagens de símbolos católicos, como a Nossa Senhora e o papa João Paulo II, com imagens da indústria de consumo como Coca Cola.