Pré-Na-Estrada

há 6 anos

Com improvisos e até troca de nome, Odilon dá ponta pé inicial na pré-campanha

Aliados aproveitaram a presença de correligionários e atacaram principais adversários

23/02/2018 às 08:39 | Atualizado Rodson Willyams
Reprodução

O Pré-Na-Estrada deu ponta pé inicial e foi conferir de perto o que rolou na primeira reunião política do pré-candidato ao Governo do Estado, juiz federal Odilon de Oliveira, do PDT, realizada nesta quinta-feira (22), em Campo Grande. De início, Odilon chegou pontualmente no horário na companhia de segurança discretos, bem diferente dos que o acompanhavam no passado – fortemente armados –, só que a noite nos reservaria algumas surpresas.

E olha que não demorou muito. Assim que entrou – o juiz foi anunciado com grande entusiasmo pelo cerimonial como: “ODILON AZAMBUJA”. Rapidamente aliados correram e corrigiram o ato falho, mas infelizmente, a gafe já tinha saído, justamente no momento que seria o mais glorioso da noite para Odilon DE OLIVEIRA.

Tempo depois, em tom descontraído, ele brincou com a situação: ‘cheguei a pensar que havia uma parceria’. Mas gafe por gafe, o ex-juiz também cometeu a sua, sendo a segunda surpresa da noite. O ato falho foi ao agradecer um de seus colaboradores, “quero aqui agradecer ao Geraldo Resende, ops, Geraldo MARQUES. Ah, mas também já trocaram o meu nome hoje”, brincou diante da saia-justa.

Logo depois, no discurso, lembrou da chegada ao estado do Mato Grosso, em Jaciara, quando veio do Nordeste para o estado Uno. Ainda lembrou da mãe que teve outros filhos em terras mato-grossenses. - Sim, porque o estado ainda não era dividido – e comentou: “para saber a idade dos meus irmãos, era só perguntar pra um e depois ia tirando um ano a menos”.

Aos amigos, Odilon falou sobre ‘rumos’, onde cada um está escrevendo a sua história, mas lembrou que para isso é necessário sempre ter apoio. “Ainda que a gente tenha bandeira, a gente precisa do apoio de vocês”. E pontuou sobre os núcleos de base, que devem ajudar na construção dos planos de governo. “Os núcleos de base têm a ver com a ideologia do PDT, que cumpre os direitos sociais. A segurança pública é um direito social. A habitação também é”. Defendeu ainda a ampliação das escolas de tempo integral no Estado. “Hoje nós temos apenas de 15 a 17 escolas de tempo integral no Estado”, sendo muito pouco.

Ao final, ainda teceu duras críticas contra a corrupção no país. “O Brasil é rico e não deve haver vaidade. Não deve haver roubos. O Brasil está quase todo entregue a bandidos. Todos deveriam ir para o crematório”, finalizou.

Aulas sobre as eleições

A terceira surpresa foi João Leite Schimidt, que deu uma aula rápida sobre o que pode ou não ser feito antes da campanha eleitoral, sem descumprir a lei.

Schimidt é experiente e um dos principais articuladores políticos de Mato Grosso do Sul. O presidente deixou claro que o encontro foi apenas um lançamento de ‘campanha interna’ do partido, “está tudo dentro da lei”. O único objetivo era de apenas conversar com seus apoiadores.

O presidente ainda criticou as ‘manobras da elite’ que insistem em permanecer no poder. “Há uma linha imaginária que nos divide dos outros. Nós lutamos contra o crime organizado, somos a favor da escola integral. Do lado de lá, estão aqueles que formam a elite. O que nós queremos é organizar a sociedade daqueles que a forjam”, pontuou.

Lenha nos opositores

Ignorando as recomendações de Schimidt, o deputado federal Dagoberto Nogueira partiu para o ataque e criticou dois dos principais opositores de Odilon – André Puccinelli [MDB] e Reinaldo Azambuja [PSDB] – diga-se de passagem - Dagoberto foi aliado do tucano no passado. No discurso, Dagoberto se embasou em corrupção e investigações policiais.

O parlamentar alfinetou que, na disputa eleitoral que mira um local no Parques dos Poderes, há um "ex-governador com ‘tornozeleira’, que foi preso, e outro que foi investigado”. E ainda destacou: “mas hoje a gente tem que ficar quieto e não falar muito. A gente tem vergonha de falar que é político, justamente, quando há tanta coisa ruim acontecendo. Não vamos tirar as pessoas do poder se a gente não se organizar. Hoje nós temos o melhor candidato”.

Não podemos deixar de relatar a força jovem gritando palavras de ordem com direito a bateria: "Governador".

Família

O mais empolgado foi o vereador Odilon Junior, filho do ex-juiz. Emocionado, o parlamentar lembrou das mazelas que viveu por conta do seu pai ser um dos principais juízes federais do país. “No baile de formatura, não pode aproveitar porque tinha que estar escoltado”. “Ele chegou a comprar um Jeep, mas não andou, porque o Estado não oferecia segurança. Essa é um pouco de nossa história”, pontuou.

Vereador ainda lembrou que, desde que iniciou o projeto, estavam presentes apenas cinco pessoas. “Mas hoje vamos mostrar para a classe política corrompida, a união que é com o povo. Vamos enfrentar a escória e a elite política”.

Improvisos

O evento foi marcado por muitos improvisos, passando a sensação de feito às pressas. Local escuro, deixando inclusive a principal estrela da noite num breu. Seria apresentado um vídeo de três minutos – sobre a história de Odilon – sempre passado em escolas. Mas por problemas técnicos, a exibição do vídeo não rolou. Ao final, a direção disse que encaminharia o tal vídeo para o celular de quem fez a inscrição.

E assim, encerra a nossa primeira estreia do Pré-Na-Estrada. Uma proposta simples, que ainda está amadurecendo, mas que tem como objetivo levar a até você, leitor, tudo o que acontece por trás de uma campanha política.

Nos vemos na próxima!