25/02/2018 09:30
Para deputados de MS, intervenção foi manobra para mascarar derrota sobre Previdência
Parlamentares federais avaliaram que governo não tinha força para aprovar reforma da Previdência
Os deputados federais de Mato Grosso do Sul que fazem oposição ao governo de Michel Temer afirmaram que a desistência de tentar aprovar a reforma da Previdência foi uma saída elegante para o governo não precisar assumir a derrota.
Dagoberto Nogueira (PDT) avalia que a intervenção militar no Rio de Janeiro foi uma manobra política para usar como desculpa e retirar o projeto da reforma da Previdência de tramitação do Congresso Nacional. “Eles fizeram essa manobra para não ficar com essa derrota de não conseguir os votos necessários e não colocar em votação nunca a reforma”, disse.
O deputado federal Zeca do PT classificou a desistência sobre a reforma da Previdência como uma saída lógica do governo por não conseguir os votos necessários. “A reforma não ia passar. A intervenção militar no Rio de Janeiro é uma manobra política para justificar o fracasso da reforma”, explicou.
Para Zeca do PT, o presidente Michel Temer desistiu de vez de tentar aprovar a reforma, não havendo possibilidade de ser reapresentada no final do ano. Entretanto, o parlamentar acredita que o presidente irá utilizar a intervenção militar no RJ para viabilizar o projeto de sua reeleição no cargo. “Se a intervenção der resultado perante a opinião pública, circula na Câmara Federal que Temer vai se lançar candidato”, disse.
Dagoberto afirmou que a reforma da Previdência deve entrar em pauta com o próximo presidente eleito em 2019. “Um representante que terá legitimidade para discutir com a população e com o Congresso uma reforma da Previdência de forma séria”, disse.
Na visão do deputado, Temer se fragilizou ao negociar o arquivamento dos dois pedidos de investigação. “Eles estavam perdendo votos, na verdade. Não haviam mais nada para negociar. Deram tudo para arquivar os dois processos. Mesmo assim negociou muita coisa e não cumpriu, o que fez com que deputados virassem oposição”, completou Dagoberto.