Campo Grande

20/02/2018 14:16

Ex-moradores da Cidade de Deus cobram na Câmara moradia prometida

Mais de 350 famílias padecem na chuva forte vivendo em frágeis barracos nas periferias da Capital

20/02/2018 às 14:16 | Atualizado Amanda Amaral e Rodson Willyams
Divulgação

Representantes dos bairros Jardim Teruel e Vespasiano Martins se reuniram nesta manhã (20) com vereadores, na Câmara Municipal, para pressionar o cumprimento das promessas da antiga gestão no executivo. Ex-moradores da Cidade de Deus, eles e outros membros de 350 famílias vivem, em moradias precárias, em quatro regiões de Campo Grande.

Neste período de chuvas fortes, os barracos improvisados e casas má construídas, como se vê no Vespasiano Martins, já houve desabamento por diversas vezes. De acordo com o presidente da José Teruel, Rony Leão, 31 anos, com a derrota nas urnas, o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) suspendeu a entrega dos materiais e a situação ainda não foi resolvida, mesmo após um ano de gestão do prefeito Marquinhos Trad (PSD).

Na reunião de hoje, foi questionado o planejamento do cronograma de obras das moradias, que ainda incluem o Jardim Canguru e Bom Retiro. Aos vereadores Hederson Fritz, Carlão, Chiquinho Telles e o presidente da Câmara, João Rocha, eles expuseram que não há condições de esperar ainda mais.

Rony Leão e, ao fundo, casas não finalizadas. (Foto: Wesley Ortiz/Arquivo)

"E se vir outra chuva? Pelo cronograma, tem família que vai esperar até o ano que vem vivendo desse jeito", lamenta Leão.

Os moradores participaram de um curso no Cecapro, para auxiliarem na construção das próprias casas. A princípio, o curso teria duração de 30 dias e ofereceria aula prática para os alunos, mas já dura 240 dias, sob o risco de parar por falta de pagamento a professores. Representante da favela Jardim Canguru, Edileuza Luiz, 38 anos, acredita que a suspensão do curso é um verdadeiro ‘tiro no pé’, já que o município corre o risco de perder os materiais que já foram utilizados para levantar a estrutura das casas.

Ontem (19), os representantes dos bairros se encontraram com integrantes da OAB-MS, Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) e Planurb (Instituto Municipal De Planejamento Urbano).

Conforme a assessoria de comunicação do vereador Fritz, os vereadores se comprometeram a cobrar as autoridades da prefeitura sobre o caso. Uma reunião entre as partes deve acontecer nos próximos dias.