Polícia

01/02/2018 11:36

Casa da Mulher Brasileira completa três anos com todos os casos de feminicídio solucionados

Desde a criação do espaço, o local já conseguiu realizar mais de 20 mil ocorrências policiais

01/02/2018 às 11:36 | Atualizado Anna Gomes
Delegada titular da Deam, Ariene Murad. - André de Abreu

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona dentro da Casa da Mulher Brasileira, completa três anos. Desde a criação do espaço – que presta a primeira assistência à vítima de violência, o local já conseguiu realizar mais de 20 mil ocorrências policiais. Conforme a delegada titular, Ariene Murad, as denúncias sempre estão aumentando, mostrando que a mulher está perdendo o medo de se proteger com antecedência.

"Por mês registramos mais de seiscentos registros policiais. Um fato que chama atenção é que, hoje em dia, a mulher não fica mais esperando virar uma agressão física, já com a verbal ela procura a delegacia para realizar a denúncia", disse a delegada.

Trabalhando com 55 policiais e 21 estagiários, Ariene destaca que todos os casos de feminicídio foram solucionados pela delegacia. Crimes como lesão corporal também diminuíram, mas o feminicídio na forma tentada aumentou no Estado.

(Subsecretária de Políticas Públicas para a Mulher, Carla Stephanini)

"Tudo começa com uma agressão verbal e depois vai progredindo para algo pior. Pedimos e sentimos que as mulheres estão denunciando e também se sentem mais protegidas com esse apoio que fornecemos. Não precisa sentir medo de denunciar, se o caso for muito grave, encaminhamos a vítima e os filhos para uma casa de abrigo onde a mulher pode ficar cerca de três meses recebendo toda assistência".

A Casa da Mulher Brasileira consiste em um equipamento público que integra os principais serviços especializados de atendimento às mulheres, visando um atendimento integral à vítima de violência, contribuindo para o seu empoderamento e para o rompimento do ciclo de violência. Segundo a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Tai Loschi, em três anos foram realizados 34.631 atendimentos na recepção e 179.877 dos casos foram encaminhamentos judiciais.

(Coordenadora da Casa da Mulher Brasileira Tai Loschi)

No local são oferecidos, no mesmo espaço físico, os seguintes serviços: Recepção, Acolhimento e Triagem, Apoio Psicossocial, Delegacia Especializada, Juizado Especializado em Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres, Promotoria Especializada, Defensoria Pública, Serviço de Promoção da Autonomia Econômica, Brinquedoteca, Alojamento, Central de Transportes e a Guarda Municipal com a Patrulha Maria da Penha.

(Local onde as crianças brincam enquanto as mães são atendidas)

Na manhã de hoje (1º), foi realizada uma coletiva de imprensa que, além da delegada e da coordenadora da Casa da Mulher Brasileira Tai Loschi, também esteve presente a Subsecretária de Políticas Públicas para a Mulher, Carla Stephanini. A presença do prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), também estava prevista no evento.