Polícia

30/01/2018 15:21

Defesa diz que polícia torturou menores para incriminar professor acusado de esquartejar Kauan

Dois deles teriam mudado o depoimento, diz o defensor

30/01/2018 às 15:21 | Atualizado Thiago de Souza e Kerolyn Araújo
Defesa de Deivid diz que testemunhas foram torturadas - Reprodução Facebook

Na chegada da audiência de instrução onde serão ouvidas sete testemunhas do assassinato do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, o advogado do acusado, Deivid Almeida Lopes, 38 anos, disse que dois dos menores que o acusam foram torturados e ameaçados pela polícia para incrimar seu cliente.

Na sessão, que ocorre na tarde desta terça-feira (30), no Fórum de Campo Grande, está previsto o depoimento do principal acusado do crime. Deivid responde por destruição ou ocultação de cadáver, além de outros estupros de vulnerável, induzimento à prostituição entre outros crimes envolvendo crianças e adolescentes.

Conforme o defensor de Deivid, Alexandre Faria Roside, dois menores que vão depor contra seu cliente teriam sido torturados e ameaçados na Deaij (Delegacia de Atendimento à Infância e à Juventude) de Campo Grande. As agressões seriam para forçar as testemunhas a dizerem que viram esquartejamento.

''Os meninos contaram que presenciaram estupro, mas não viram esquartejamento'', explicou o advogado.
São sete testemunhas que tem o depoimento agendado. Da parte da acusação são três depoentes. Na parte da defesa, vão ser ouvidos quatro pessoas, que são vizinhos e familiares do professor.

Um dos menores escolhidos pelo Ministério Público Estadual para a acusação é um menor que está em uma cidade do interior de Mato Grosso do Sul e por isso será ouvido via videoconferência. Alguns dos adolescentes contam que foram vítimas de abusos de Deivid mas  também são acusados pelo MPE pela prática de estupro e tortura contra Kauã. 

Kauan foi estuprado e assassinado, diz MPE. (Foto: TopMidiaNews)

Processo

Na primeira audiência, realizada no dia 13 de dezembro do ano passado, foram ouvidas nove testemunhas e/ou vítimas. Todos os depoimentos de crianças e adolescentes utilizam a técnica da escuta especial, método que evita danos e a revitimização, em um ambiente reservado e um linguajar mais adequado ao universo infantil.