19/12/2017 17:00
Governo estuda investir em ferrovia Bolívia-Brasil para escoar produção do estado
Estudo está em andamento, mas pode consumir entre R$ 20 e R$ 40 milhões
O Governo do Estado analisa investir na construção e recuperação da ferrovia que formará a Transamericana, que ligaria a Bolívia até o Porto de Santos (SP). Com a infraestrutura, seria possível escoar as riquezas do estado e reduzir o tempo para os produtos chegarem ao mercado asiático.
O projeto foi apresentado na tarde desta terça-feira (19), no auditório da Semagro. A iniciativa do negócio é de um consórcio de empresas privadas formado pela Rumo – Malha Oeste, Ferroviária Oriental (Bolívia), Ferroviária Andina (Bolívia), Transfesa, MP Trade (China/Brasil) e a empresa Hub Intermodal Três Lagoas.
Reinaldo Azambuja destacou que, com a ferrovia, o tempo de viagem dos produtos de MS para o mercado asiático, que representa 55% das exportações do estado, diminuiriam em 20 dias.
''Isso gera mais competitividade, a menores custos, porque não utilizaria a malha rodoviária, que é bem mais onerosa'', destacou o tucano.
Conforme explicado na apresentação, parte da rota já existe, mas opera de modo precário. A partir daí mais dois trechos seriam construídos para encurtar a distância.
(Verruck diz que ferrovia vai faciliar escoamento de produtos de MS - Foto: Wesley Ortiz)
O secretário de Estado de Meio Ambiente , Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck disse que o estudo de investimento para viabilizar o projeto não foi concluído, mas abrangem reparos nos trilhos e dormentes.
Verruck explicou ainda que o foco no momento é aumentar o tempo de concessão das empresas que atuam na ferrovia. Elas só tem mais oito anos para operar e o objetivo é aumentar para 30 anos, dando mais segurança de investimento ao negócio e atraindo novos investidores.
Ganhos
Ainda conforme o titular da Semagro, MS vai atuar como importante centro de distribuição, principalmente com o Hub de Três Lagoas, e futuramente de Campo Grande.
Parcerias
O coordenador de projetos da Rumo, concessionária de parte da rodovia, destacou que o projeto é um sonho que começou em 2015, quando a empresa conquistou o direito de operar na área.
O empresário lamentou que a estrutura ferroviária do trecho é de 1952, e que teve últimas atualizações apenas nos anos 70. Ele destacou ainda que MS será o protagonista dessa ferrovia, podendo escoar riquezas como soja, açúcar, carne, celulose e minério de ferro.
Em um primeiro momento, a ferrovia teria início na Bolívia, mas está sendo analisado uma possível conexão com a Ferroviária Andina, ligada aos portos do Oceano Pacífico, como no Peru, por exemplo.
Azambuja estima que até final de fevereiro o estudo de investimento no projeto esteja concluído.