Economia

há 7 anos

Em dez meses, Energisa é alvo de mais de 2,3 mil denúncias; maioria por cobrança indevida

Procon recebeu, em média, cerca de 7,7 reclamações diárias de janeiro até outubro contra a empresa

09/11/2017 às 07:00 | Atualizado Diana Christie
Dany Nascimento

Entre 1º de janeiro a 30 de outubro deste ano, o Procon/MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) recebeu 2.335 reclamações sobre os serviços prestados pela Energisa em Mato Grosso do Sul. Isso significa cerca de 7,7 reclamações diárias, se a instituição funcionasse aos finais de semana e feriados.

Somente no ano passado foram 2.079 reclamações. Somadas às 3.222 reclamações registradas em 2015, totalizam 8.286 problemas com o serviço de energia elétrica nos últimos três anos. E no ranking de principais dificuldades encontradas pelos usuários em 2017, as denúncias de cobranças indevidas ou abusivas ganham disparadas.

Nestes 10 meses, foram 591 registros de cobranças irregulares em Mato Grosso do Sul. Na sequência aparecem os problemas de atendimento do SAC, responsável pela resolução de demandas. Ao todo, 495 consumidores prestaram queixa pela ausência de resposta ou excesso de prazo para solução de uma dificuldade.

Pelo menos 440 pessoas procuraram o Procon/MS para reclamar do serviço de consulta sobre serviços da Energisa e outras 231 tiveram que ir até o órgão para resolver dúvidas sobre cobranças, valores, reajustes, contratos e orçamentos.

Em ao menos 181 casos, a Energisa não disponibilizou o registro numérico ou enviou o histórico para o consumidor que fez solicitação pelo SAC da empresa. Além disso, 97 pessoas tentaram entrar em contato com a concessionária, mas o SAC foi cobrado, ou estava com problemas no menu, ou ainda indisponível.

As reclamações continuam com problemas de dano material ou pessoal decorrente do serviço; cobrança abusiva mediante constrangimento e ameaça; alteração unilateral do contrato; cláusulas abusivas; serviços não fornecidos ou mal executados; dificuldade para realizar o cancelamento do serviço; e consumidor negativado injustamente.

Outro lado

Em nota, a Energisa alega que "não recebeu, neste ano, nenhum relatório do Procon com índice de reclamações". Também destaca que o órgão contabiliza "todos os tipos de atendimentos, inclusive reclamações". 

"A maior parte das demandas que a concessionária de energia recebe do órgão de Defesa do Consumidor são referentes a parcelamento e negociação de débitos. A Energisa possui um posto de atendimento dentro do Procon a fim de agilizar as solicitações dos clientes", explica. 

"A distribuidora ressalta ainda que intensificou as ações de combate ao furto de energia elétrica, ocasionando maior procura dos clientes autuados no Procon, e que buscam uma negociação do débito referente a energia recuperada", enfatiza.