24/10/2017 15:10
Professores decidem nesta quarta se aceitam alta de 11% para 14% na contribuição previdenciária
Sugestão de reajuste foi do prefeito Marquinhos Trad, durante audiência pública
Professores filiados à ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação) vão decidir, nesta quarta-feira (23), se aceitam sugestão do prefeito Marquinhos Trad (PSD) de aumento na contribuição previdenciária de 11% para 14%.
No entanto, conforme acordado em audiência pública na última sexta-feira (20), na Câmara Municipal, o executivo só apresentará projeto de lei à Casa de Leis, após os resultados da CPI que investiga o rombo de R$ 100 milhões no caixa do Impcg (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande).
Para Lucílio Nobre, presidente da ACP, professores vão deliberar já nesta quarta se aceitam ou não o reajuste na alíquota.
''Mas, independente do resultado, vamos apresentar alternativas para que o professor não seja penalizado'', explicou.
Entre as sugestões, diz Lucílio, estão uma auditoria externa no Impcg, já que segundo ele, até 2015 o sistema era superavitário. Também diz que é preciso esperar os resultados da comissão que investiga o rombo no instituto.
''Tudo isso tem que vir à tona antes de mexer no bolso do professor'', destacou. O dirigente acrescenta que seria importante aguardar a reforma da previdência em âmbito nacional, para que não se faça uma alteração na previdência local e depois tenha de fazer novas alterações, prejudicando o servidor.
(Prefeito sugere aumento de contribuição a membros da CPI do IMPCG - Foto: Câmara)
Já o vereador Enfermeiro Fritz (PSD), defende que qualquer discussão tenha de ser feita quando sairem os resultados da CPI, da qual ele é presidente, prometida para dezembro.
''Acho que é improdutivo discutir agora. Temos primeiro que comparar se o balanço deles com o que nós produzimos na CPI, e a princípio há divergências'', explicou Fritz.
O vereador faz um alerta sobre o tema. ''Aumentar a contribuição previdenciária não vai resolver o problema do Impcg. Só ameniza a parte patronal [Prefeitura]. Assim como o presidente da ACP, Fritz acredita que há alternativas para resolver o déficit da previdência municipal.
''Esse sacrifício do servidor não vai surtir resultado restaurador de finanças. É preciso criar outras estratégias. Por exemplo, no Rio de Janeiro criaram uma loteria. Podemos criar um fundo'', sugeriu o parlamentar.
Rombo
Na audiência pública de sexta-feira, o prefeito fez um alerta de que se não houver aumento na contribuição (de 11% para 14%), haverá uma catástrofe nas contas do instituto.
''Tenho a obrigação de dizer a vocês a verdade e o que vai acontecer se não tomarmos medidas. A Prefeitura tem que repassar, para pagar aposentados, quase 8 milhões mensais. Daqui quatro anos, final do meu mandato, vai para quase 20 milhões de reais. Alguém vai ficar sem receber. Tínhamos 4,1 mil aposentados no início da gestão, e vamos terminar com 6,5 mil. Por dia, tenho assinado de 10 a 15 aposentadorias”, justificou o prefeito.