21/09/2017 14:52
Caixa Econômica autorizou empréstimo de R$ 17 milhões para Santa Casa, diz secretário
Hospital enfrenta problemas para pagamento de funcionários e servidores; dívida vai ser paga pela prefeitura em janeiro
A antecipação de quatro meses no repasse dos hospitais da Capital, anunciado nesta quinta-feira, 21 de setembro, pelo prefeito de Campo Grande, Marcos Marcello Trad, irá ocorrer através de empréstimo direto entre os hospitais e as instituições financeiras. O acordo ocorreu entre a Prefeitura e Santa Casa, Maternidade Cândido Mariano, São Julião, Nosso Lar e Hospital do Câncer para evitar atraso nos repasses.
O secretário de finanças e planejamento, Pedro Pedrossian Neto, explicou que o município gasta 32% da receita corrente liquida em saúde. “A constituição determina o investimento mínimo de 15%. Estamos investindo mais que o dobro. Um terço do que o município arrecada está comprometido com a saúde”, explicou.
Em relação a Santa Casa, foi realizada reunião com o diretor da Caixa Econômica Federal em Brasília, que autorizou o empréstimo de R$ 17 milhões pelo hospital com parcelamento de 36 vezes. “Cada hospital vai realizar o empréstimo em cima da sua capacidade de endividamento. Mas vamos repassar esse valor em janeiro para a quitação imediata”, explicou.
Pedrossian lembrou que dos R$ 20,5 milhões repassados mensalmente para a Santa Casa, R$ 4,4 milhões são de responsabilidade do município, R$ 2 milhões do Governo do Estado e o restante da União. Entretanto, afirmou que o governo do Estado deixou de realizar o repasse totalizando uma dívida de R$ 20 milhões.
O secretário explicou que o não repasse pelo governo do Estado somou aos déficits que a prefeitura já vem enfrentando desde o inicio da gestão. Para não haver atraso no pagamento dos fornecedores, os hospitais e a prefeitura chegaram na solução de cada hospital pegar empréstimos com os respectivos bancos para a prefeitura pagar em janeiro com a arrecadação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Pedro Pedrossian destacou que essa saída não irá prejudicar os hospitais, pois em janeiro de 2018 começa a valer a lei federal que garante a renegociação das dividas dos hospitais filantrópicos, que através do BNDES, irá parcelar as dividas em 120 meses com juros a 1,5% ao ano.
Além dos R$ 4,4 milhões para a Santa Casa, o município repassa mensalmente R$ 310 mil para a maternidade Candido Mariano, R$ 88 mil para o Nosso Lar, R$ 364 mil para o Hospital do Câncer e R$ 145 mil para o Hospital São Julião.