Política

16/09/2017 09:30

'Vou me prender naquilo que não foi descoberto', diz Marun sobre CPMI da JBS

Oitivas começam a partir do dia 25 e Rodrigo Janot deve ser convidado a depor

16/09/2017 às 09:30 | Atualizado Thiago de Souza
Relator da CMPI quer ouvir Rodrigo Janot na comissão - Pedro Ladeiro/Folhapress

O deputado federal Carlos Marun (PMDB), relator da CPMI da JBS, disse que pretende aprofundar as investigações sobre relação entre a Procuradoria Geral da República e os donos e executivos da JBS. Ele conta que já havia pedido investigação ao Ministério Público, no caso da delação premiada que denunciou o presidente Michel Temer (PMDB), mas não foi ouvido.

Deputado por Mato Grosso do Sul, Marun destaca ainda que os depoimentos devem começar na semana do dia 25 de setembro e devem durar pelo menos seis meses. O fiel escudeiro de Temer disse que o Procurador Geral de Justiça, Rodrigo Janot, será convidado a depor. ''Acho que ele vai aceitar nosso convite. Faremos as perguntas que forem necessárias'', explicou o relator.

Antes, na segunda-feira, 18, Marun vai conversar com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Júnior Mochi (PMDB), e o presidente da CPI da JBS, Paulo Correa (PP). Ele diz que tem lido pouco sobre os trabalhos da comissão realizada em MS.

Delação premiada

Embora Marun considere a delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista e de executivos do grupo J&F,  'muito controversa', o deputado acha que não será necessário anulação total das provas produzidas na colaboração.

''É preciso anular as provas ilícitas e considerar as lícitas'', ponderou Carlos Marun. Ele citou como exemplo de prova ilegal, a conversa gravada entre Joesley Batsita e o presidente Michel Temer.

''Ao que tudo indica, a gravação foi orientada pela PGR, que investigou o presidente sem pedir autorização ao STF'', critica. Entre as provas que poder ser consideradas, estão depósitos feitos na conta de terceiros, estimou o relator.

''O que ele [Joesley] fala e não prova, não vai ser considerado'', alertou.

Críticas

Sobre as críticas de que pode blindar o presidente Temer das investigações, Marun disse que parte delas vem do medo de senadores em investigar membros da Procuradoria Geral da República. ''Isso sempre aconteceu, mas comigo não tem isso'', afirmou. Marun disse receber com tranquilidade as críticas que são respeitosas  e desrespeitar aquelas que, na visão dele, não são respeitosas.