08/09/2017 11:01
Pressionado para desistir da relatoria da CPI da JBS, Marun garante: 'não sou assustado'
Deputado diz que está sendo ameaçado por opositores
O deputado federal Carlos Marun (PMDB) denunciou que está sendo alvo de ameaças para que desista da relatoria da Comissão Paramentar de Inquérito (CPI) da JBS. “Desde que o meu nome foi cogitado para a relatoria da CPI da JBS passei a ser alvo de seguidas mensagens que tentam me assustar”, escreveu o parlamentar nas redes sociais.
Um grupo de senadores, encabeçado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), tenta impedir que Marun assuma a relatoria da CPI. Em reunião com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o grupo avisou que não vão aceitar como relator um deputado tão alinhado ao governo como Marun, que é diretamente ligado ao presidente Michel Temer e ao ex-deputado Eduardo Cunha, todos do PMDB.
O receio dos senadores é de que, com Carlos Marun na CPI da JBS, a comissão possa virar palanque de defesa para Temer e ataques à Procuradoria Geral da República e aos irmãos Joesley e Wesley Batista. O grupo avisou que, se o governo insistir no nome de Marun, eles vão articular um nome para disputar a cadeira no voto com o aliado de Michel Temer.
Para Marun, o movimento visa proteger a JBS e a PGR. “Chego a desconfiar de um movimento orquestrado que visa proteger a JBS e setores da PGR. aviso que não sou assustado”, disse. O deputado disse que não está pleiteando o cargo de relator da CPI, mas se for indicado pelo partido irá investigar os acordos da delação premiada dos sócios da JBS. “Não estou pleiteando esta relatoria, mas se for indicado, vou atrás da verdade em relação às controversas circunstâncias que envolvem este escandaloso acordo de colaboração. Doa a quem doer”, disse.
Carlos Marun foi um dos deputados que articularam a abertura da CPI para investigar o acordo de delação premiada oferecido pela Justiça aos sócios do Grupo JBS. Marun, inclusive, encabeçou a busca pelas assinaturas necessárias para a criação da Comissão de Inquérito.