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04/09/2017 09:57

Na procura por irmão desaparecido há 38 anos, família ganhou Antônio e agora espera exame de DNA

Idoso não consegue ajudar a polícia na identificação, mas família já bate o martelo: 'mesmo se ele não for meu irmão, não vou abandonar'

04/09/2017 às 09:57 | Atualizado Kerolyn Araújo
Wesley Ortiz

Ele foi visto pela última vez em uma fazenda na região de Ivinhema no ano de 1979. De lá pra cá, a família faz buscas constantes por Antônio Freire de Mariz, que hoje tem 73 anos. Em maio deste ano, a espera da família pode ter começado a ter um fim.

Quem conta a história é a investigadora Maria Campos, da 5ª Delegacia de Polícia Civil da Capital. Famosa por realizar reencontros, a esperança da policial é devolver a família para Antônio. ''Ficamos sabendo que um idoso estava morando nas ruas de Teresina, no Piauí. Lá, sem família e nem documentos, ele contava que havia saído de uma fazenda no Mato Grosso do Sul. Aqui, tínhamos duas ocorrências de desaparecimento de pessoas que batiam com a história que ele contava", explicou.

Uma mulher, por intermédio da delegacia, chegou a ir para Teresina acreditando que Antônio poderia ser o pai desaparecido. Lá, um exame de DNA foi feito, porém o resultado foi negativo.

Em Campo Grande, após ver a história do idoso na mídia, o sargento da Polícia Militar Cícero Freire de Mariz, 59 anos, procurou a delegacia acreditando que Antônio poderia ser seu irmão desaparecido. Ele viajou para o Piauí e encontrou o idoso. Um exame de DNA foi feito com um sobrinho do homem, porém o resultado também foi negativo.

(Cícero tem esperança que Antônio seja seu irmão desaparecido. Foto: Wesley Ortiz)

Segundo a investigadora, o exame deveria ter sido feito com Cícero, por isso, um novo exame será realizado entre os supostos irmãos. "As histórias deles batem muito, além da aparência física. Vamos tentar mais uma vez", disse a Maria.

Antônio foi trazido para Campo Grande e está sob os cuidados do policial militar desde maio deste ano. "Ele era muito arisco, mas desde que nos vimos pela primeira vez, não tivemos nenhum problema. Ele veio para Campo Grande tranquilamente e é muito apegado a mim, além de ser muito parecido com um outro irmão", contou Cícero.

Quando o irmão desapareceu, a família fez buscas durante 10 anos, mas sem sucesso. Agora, a esperança é de que a espera tenha um fim. "Temos muita esperança. Mas, mesmo se ele não for meu irmão, não vou abandonar. Ele gosta muito de mim e fica feliz quando eu chego do serviço", disse o policial.

Sem documentos, na delegacia, Antônio assinou o nome com o sobrenome 'Luiz Neto'. Para confirmar a identidade do idoso, uma perita papiloscopista colheu as digitais do homem. De poucas palavras, Antônio não consegue passar informações que possam ajudar a polícia.

O novo exame de DNA será feito nas próximas semanas e, quem sabe, as buscas da família cheguem ao fim.