12/08/2017 07:00
'Cada dia é um novo sofrimento', desabafa mãe de menino Kauan
Com sensação de impotência, família até realizou buscas no córrego Anhanduí por conta própria
Desaparecido há praticamente dois meses, cada dia que passa é uma angústia para a mãe do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos. A criança teria sido estuprada e assassinada pelo professor Deivid de Almeida Lopes, de 38 anos, mas o corpo ainda não foi encontrado.
"Cada dia é um novo sofrimento. A situação da família é difícil, não encontramos o corpo do meu menino, não sabemos o que aconteceu de verdade. Se ele estiver morto, quero pelo menos um enterro, essa situação me deixa angustiada diariamente", destaca a mãe Janete dos Santos Andrade, de 35 anos.
Sem uma resposta e não aguentando aguardar as investigações de braços cruzados, a família e os amigos se reuniram em um grupo do aplicativo WhatsApp onde discutem possíveis soluções para encontrar Kauan.
Semana passada, amigos e familiares se reuniram e, com auxílio de facões e enxadas, percorreram parte do córrego Anhanduí, onde supostamente o corpo de Kauan teria sido jogado após o assassinato.
"Começamos à tarde e usamos facões para procurar. Se fica em casa é pior, assim parece que conseguimos ajudar de alguma forma", explica Janete.
Buscas
Após a hipótese do cadáver de Kauan ter sido jogado no córrego, o Corpo de Bombeiros percorreu o local realizando buscas por sete dias, mas como nada foi encontrado, o delegado que investiga o caso, Paulo Sérgio Lauretto, titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), resolveu suspender a procura no local, pelo menos temporariamente.
Nova passeata
A família do menino vai realizar uma nova passeata em busca de Justiça. O encontro deve acontecer no neste sábado, 12 de agosto, na Praça Ary Coelho, às 15 horas. O grupo pretende percorrer ruas e avenidas de Campo Grande até chegar à Prefeitura da Capital.
Entenda o Caso
A descoberta do que ocorreu com Kauan revoltou a população. Desaparecido desde o dia 25 de junho, a polícia elucidou parte do caso. Deivid teria usado um adolescente de 14 anos para atrair a vítima até sua casa e estuprar o menino até a morte, no Cophavilla II.
O suspeito nega o crime, mas o adolescente confirmou e a polícia encontrou vasto material pornográfico na casa dele, vestígios de sangue e também fotos com outras crianças, sendo que outras oito vítimas já teriam sido identificadas.
Ainda segundo a polícia, o adolescente contou que Kauan desmaiou durante o abuso sexual. Em seguida, Deivid e ele teriam jogaram o corpo do menino, a princípio, no Rio Anhanduí.